Passos tem visto, mas Sócrates nunca viu - TVI

Passos tem visto, mas Sócrates nunca viu

Líder do PS chega aos Açores e responde aos sociais-democratas na mesma letra

O secretário-geral do PS afirmou esta quarta-feira compreender que presidente do PSD não goste que se discutam as suas propostas «radicais» para o país, contrapondo que os socialistas se assumem como uma força da responsabilidade e da moderação.

A posição de José Sócrates foi assumida após contactos com a população do concelho de Lagoa, Açores, em que teve ao seu lado o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, e do cabeça de lista do PS nesta região, Ricardo Rodrigues.

José Sócrates foi confrontado pelos jornalistas com as acusações de Pedro Passos Coelho de que o PS está a fazer uma campanha de «medo» e «desonesta». «É a coisa mais desonesta que tenho visto», disse.

O líder socialista recusou e respondeu: «Calculo que Passos Coelho não goste que se fale no programa do PSD e nas suas propostas, mas acho as suas propostas de um radicalismo e de um aventureirismo ideológico como nunca vi a direita propor em Portugal».

José Sócrates deu depois como exemplo o programa de privatizações do PSD. «Nós não precisamos de privatizar a Caixa Geral de Depósitos, porque isso é uma aventura que pode pôr em causa a solidez e a segurança do nosso sistema financeiro. Essa ideia insere-se num preconceito contra o Estado, segundo o qual tudo o que o Estado faz deve ser combatido», disse, antes de acusar o líder do PSD de pretender também colocar em causa o Serviço Nacional de Saúde.

José Sócrates defendeu em seguida que, após as eleições, o dever dos líderes políticos é estarem disponíveis para criar plataformas de entendimento».

«O mais importante é que se entenda que o que temos pela frente é tão exigente que imporá a todos os partidos uma disponibilidade para dialogar. O PS apresenta-se nesta campanha como uma força da responsabilidade, da segurança e da moderação», sustentou.

Interrogado como poderá o PS entender-se com outros partidos depois das eleições, em virtude da forma crispada como está a decorrer esta campanha, Sócrates referiu que «a crítica é um elemento fundamental do espírito e a democracia é servida pela crítica».

«O facto de criticar as propostas dos outros não significa que esteja indisponível para criar um ambiente de compromisso. As propostas dos outros são legítimas, o que é ilegítimo é que essas propostas se escondam», disse, numa indirecta ao PSD.
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