Uma longa marcha, que começou em 1921, a partir de uma cisão no anarco-sindicalismo e na influência directa da revolução soviética. «Nós não entrávamos na concepção de que um povo, por si, não tivesse direito de definir o seu próprio destino», explicava Álvaro Cunhal.
Ainda nos anos 20, começou a repressão contra os comunistas e o partido foi ilegalizado. Seguiu-se quase meio século de clandestinidade, mas a luta não parou, apesar das prisões, torturas e, nalguns casos, a morte.
Mas, falar do PCP, é falar de Álvaro Cunhal. «Se houve decisão acertada, que eu considero acertada, foi aos 17 anos ter entrado no partido comunista e nunca me ter arrependido disto, antes pelo contrário», explicou.
Eleito secretário-geral em 1961, já tinha sido líder da Federação das Juventudes Comunistas, um exemplo de resistência e inspiração. Protagonista da fuga de Peniche, lutador anti-fascista e anti-Salazar.
Quando o 25 de Abril derrubou Marcello Caetano, Cunhal regressou a Lisboa depois de 13 anos de exílio, a que se juntavam 11 de prisão, com estas primeiras palavras: «Confiança, confiança em que o nosso povo, em aliança com os militares do 25 de Abri, conduzirão o nosso país pelo caminho da liberdade, da democracia e da paz».
É um período de força do PCP - hora da reforma agrária, das nacionalizações e de forte viragem à Esquerda. Cunhal ocupa o cargo de ministro sem pasta nalguns governos. Mas o 25 de Novembro destrói as ilusões da tomada de poder pela força e, nas eleições para a constituinte, o PCP não vai além dos 12,5 por cento.
Nos anos 80, com a derrocada do Bloco de Leste, o discurso do PCP é posto em causa. «O caminho que Gorbatchov estava a seguir não era o caminho que dizia inicialmente que era para o reforço do socialismo», explicou Álvaro Cunhal posteriormente.
Em 1992, depois de 40 anos de liderança incontestada, Cunhal passa a pasta a Carlos Carvalhas. E é este que aguenta o partido em época de dissidências graves. Saíram quadros importantes, dirigentes do PCP, os renovadores.
Em 2004, Carvalhas abandona a liderança e dá lugar a Jerónimo de Sousa.
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PCP celebra hoje 90 anos de existência
- tvi24
- Joana Reis, TVI
- 6 mar 2011, 10:50
O Partido Comunista Português nasceu a 6 de Março de 1921. É a força partidária que há mais tempo se mantém activo na sociedade portuguesa
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