O secretário-geral comunista criticou na sexta-feira à noite o encontro entre o primeiro-ministro e a chanceler alemã, Angela Merkel, considerando que a José Sócrates «só faltava levar a mão estendida a pedir esmola» à «mandona da Europa».
Jerónimo de Sousa comentava assim o encontro de quarta-feira entre o primeiro-ministro e a chanceler alemã, em Berlim, para preparar a Cimeira Europeia e a reunião de chefes de Estado e de governo da Zona Euro, a 11 de Março.
«Só faltava [o primeiro-ministro] levar o barrete na mão e levar a mão estendida a pedir esmola à senhora que, de repente, aparece como a dona ou a mandona da Europa, da tal União Europeia a 27 que neste momento é dirigida por essa grande potência», criticou o secretário-geral do PCP, num comício na Aula Magna, em Lisboa, a assinalar os 90 anos da criação do Partido Comunista.
Para Jerónimo de Sousa, a reunião entre os dois governantes não serviu para «encontrar respostas para os problemas da dívida».
«Aí, a senhora Merkel, olhando para o pobre, disse: `Tenha paciência`. Elogiou muito a sua conduta, mas disse: `Tenha paciência que a questão da dívida, logo se vê`», declarou, questionando ¿onde está o tal princípio da igualdade, coesão e solidariedade que andaram a vender a propósito da adesão à União Europeia».
Para o secretário-geral comunista, as matérias em discussão na UE ¿ o «pacto para a competitividade» e a «governação económica» - representam «um passo mais adiante na dependência» nacional, propondo «um leque de medidas que significariam no plano social novos ataques a quem trabalha e um novo ataque à soberania nacional».
Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa comentou ainda a revolta na Líbia, considerando que «o imperialismo aí está já a preparar a possibilidade de perpetrar um novo crime, desta feita contra o povo líbio».
«A guerra de agressão à Líbia será ordenada por aquele que tantos afirmaram ser o homem que ia mudar o Mundo, o homem do `sim, nós podemos`, o Prémio Nobel da Paz, Barack Obama», criticou.
O líder comunista lembrou que Portugal integra o Conselho de Segurança das Nações Unidas, exortando o Governo a rejeitar qualquer intervenção militar.
«Respeitem a Constituição que juraram cumprir e pronunciem-se inequivocamente pela rejeição de qualquer acto de agressão militar contra o povo líbio», apelou.
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Sócrates pediu «esmola» à «mandona da Europa»
- Redação
- PO
- 5 mar 2011, 11:05
Na sua intervenção no comício da Aula Magna, o líder comunista comentou ainda a revolta na Líbia e exortou o Governo português a não aceitar uma intervenção militar
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