Porto: «PJ falhou» - TVI

Porto: «PJ falhou»

  • Portugal Diário
  • 13 dez 2007, 13:40
Corpo do segurança

Câmara e oposição aplaudem decisão do PGR de nomear equipa especial

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O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, manifestou apoio à decisão do Procurador-Geral da República de nomear uma equipa especial para investigar a onda de crimes na cidade, frisando ser necessária uma «profunda reforma» da PJ/Porto.

«Ainda bem que o Procurador-Geral da República não assobiou para o lado, como é comum em Portugal, assumiu a responsabilidade que lhe cabe e fez qualquer coisa», afirmou Rui Rio, em declarações à Lusa.



No entanto, o autarca salientou que «daqui a um ou dois anos não se pode tomar uma medida idêntica sobre outro assunto qualquer, pois é preciso fazer uma reforma profunda da PJ/Porto, que não funciona bem».

O presidente do Câmara do Porto comentava a decisão do Pinto Monteiro de nomear uma equipa especial de investigação, liderada por Helena Fazenda, para tratar das questões relacionadas com as mortes ocorridas na cidade nos últimos meses ligadas aos negócios da noite.

Nas declarações que prestou em exclusivo à Lusa, o presidente da Câmara do Porto recordou que «não é a primeira vez que PJ/Porto falha», pelo que afirmou esperar que a decisão do Procurador-Geral da República também tenha consequências ao nível da reforma daquela instituição policial.

«Espero que, de uma vez por todas, se faça uma reforma na PJ/Porto para que esta instituição passe a responder de forma mais capaz», afirmou, esclarecendo, no entanto, que esta posição «não tem nada a ver com o actual director da PJ/Porto».

Rui Rio defendeu ainda a necessidade de serem devidamente esclarecidas as suspeitas que apontam para a existência de ligações entre elementos policiais e os negócios da noite portuense.



Situação excepcional

O dirigente da distrital do PS/Porto considerou que a decisão do PGR resulta do facto de estarmos perante «uma situação excepcional». «É uma situação especial que requer uma actuação excepcional», afirmou Renato Sampaio em declarações à Lusa, desvalorizando o facto de se tratar de um equipa liderada por uma procuradora de Lisboa.

O dirigente socialista entende que na decisão do Procurador-Geral da República (PGR) «não há a intenção de desvalorizar o trabalho feito pelas pessoas que estão no terreno».

A equipa nomeada pelo PGR será chefiada pela procuradora Maria Helena Fazenda, que será apoiada por cerca de dez elementos do Ministério Público, Polícia Judiciária, PSP e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Maria Helena Fazenda é esperada, ainda hoje, na PJ do Porto, com dois funcionários, para tomar contacto com o processo.

Em declarações à Lusa, o dirigente da CDU/Porto Rui Sá considerou positivo que o PGR tenha decidido avocar uma equipa especial a esta investigação lamentando, contudo, que a decisão tenha sido tomada tardiamente. «Recordo que eu chamei a atenção para este problema em Julho, prevendo que esta escalada de violência pudesse ocorrer», disse o dirigente da CDU/Porto.

Nas declarações prestadas à Lusa, Rui Sá desvalorizou o facto de ter sido nomeada uma equipa de Lisboa e não do Porto para liderar esta investigação, considerando que «o essencial é que se avance até às últimas consequências».

A agência Lusa não conseguiu contactar o presidente da Distrital do PSD/Porto, Marco António Costa, que recentemente responsabilizou o Governo pelo assassínio de mais um segurança da noite.
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