BCP: Jardim Gonçalves rejeita acusação

[Notícia actualizada com declarações de Jardim Gonçalves]

O antigo presidente do BCP Jardim Gonçalves rejeitou esta quinta-feira as acusações de aproveitamento pessoal e insurgiu-se contra o que considera «falsos moralismos, alguns de infeliz oportunidade política».

Numa nota enviada à agência Lusa, Jardim Gonçalves reage as acusações do Ministério Público, de crimes de burla qualificada, manipulação de mercado e falsificação de documentos e também a declarações feitas hoje ao longo do dia em torno deste tema.

«Fui ontem [quarta-feira] notificado de um despacho de acusação, facto já amplamente publicitado pela Comunicação Social, e que foi objecto de vários comentários, inclusive de responsáveis políticos, diz Jardim Gonçalves que decidiu reagir «face à exposição mediática e aos ataques que considera lhe são dirigidos».

De referir que, o Presidente da República, Cavaco Silva, questionado sobre se o caso BCP poderia afectar a credibilidade do sistema financeiro, respondeu: «Mais uma vez vêm ao de cima os dois princípios fundamentais que foram violados nesta crise, que agora devem ser repostos: a transparência e os valores éticos».

Antes de Jardim Gonçalves se pronunciar, já a sua defesa tinha considerado haver exagero na qualificação e ponderação dos factos que fundamentam a acusação de burla e outros crimes de que é acusado o antigo presidente do BCP.

«A acusação é injusta», disse à agência Lusa fonte ligada a defesa de Jardim Gonçalves, afirmando que há «um manifesto exagero nas imputações feitas e na qualificação dos factos»,

A mesma fonte adiantou contudo que «será preciso analisar o processo para depois requerer a abertura da instrução».