As alterações aos programas acordados e as más condições de alojamento e transporte (nomeadamente na deslocação do aeroporto ao local de férias) são as queixas mais frequentes a chegarem ao conhecimento do provedor da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e de Turismo (APAVT).
Das 249 queixas apreciadas entre Janeiro e os primeiros dias de Julho, 63 referiam-se a alterações de programa, enquanto 44 tinham a ver com as já referidas más condições. Em terceiro lugar está o cancelamento de viagens, com 32 ocorrências.
Segundo José Vera Jardim, «as queixas que recebo são uma ínfima parte das viagens realizadas».
Em conferência de imprensa, realizada esta segunda-feira, o provedor do cliente das agências de viagem explicou que as reclamações em torno do cancelamento das viagens foram das que mais aumentaram e que têm a ver com atraso nas partidas com mais de 24 horas ou avaria técnica de aviões.
Já sobre o peso que o aumento de combustíveis tem no preço das viagens, Vera Jardim admitiu que o sector está a ser afectado: «Vivemos num mundo que não é fácil», disse.
Companhias aéreas «respondem muito mal»
O provedor do cliente sublinhou ainda, esta segunda-feira, que as companhias aéreas dão má resposta aos operadores turísticos quando existe alguma falha no seu funcionamento, que prejudique os clientes: «Há um problema preocupante: nestes casos em que o voo se atrasa ou pode ser cancelado, o provedor não tem poder para condenar as companhias aéreas. E as companhias aéreas respondem muito mal às reclamações dos operadores», sublinhou.
«É um problema preocupante. Sabemos que a situação mundial não é a melhor, mas é muito crítico que em geral as companhias aéreas respondam a tarde e a más horas», acrescentou Vera Jardim, que apelou para que as autoridades da sociedade civil estejam alerta.
O provedor congratulou-se igualmente com o facto das reclamações que têm fundamento ultrapassarem em larga escala as que não têm e deixou duas recomendações aos clientes: que «olhem atentamente para a sua viagem» e reclamem logo que exista um problema quer junto do operador, quer do hotel ou serviço em causa. A razão para esta opção deve-se à possibilidade de muitas situações poderem ser corrigidas de imediato.
«Um consumidor informado é um consumidor mais defendido», concluiu.
Mudanças de pacotes e más condições lideram queixas de viagens
- Rui Pedro Vieira
- 7 jul 2008, 17:54
Provedor deixa conselhos aos clientes de agências
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