O presidente da Associação Empresarial de Águeda (AEA), Ricardo Abrantes, acusou esta sexta-feira o sector bancário de «práticas terroristas» sobre as empresas da região, apelando à intervenção do governo.
Segundo Ricardo Abrantes, «não têm parado de chegar» àquela associação reclamações por parte dos associados porque os bancos estão a criar «imensas dificuldades», pelo que remeteu ao ministro da Economia uma exposição, a que a Lusa teve acesso, em que pede a sua intervenção.
«Apelamos ao ministro da Economia e Inovação para que intervenha urgentemente no mercado bancário e impeça a continuação das práticas terroristas que estão a liquidar inúmeras empresas da região», disse Ricardo Abrantes.
Aumento de «spreads»
«Além dos bancos não concederem novos financiamentos, colocando em causa o investimento privado, é muito preocupante a retirada do crédito anteriormente concedido às empresas. De um momento para o outro, os bancos estão a exigir a liquidação de contas correntes caucionadas a empresas que nunca tiveram quaisquer problemas bancários», dá conta o presidente daquela estrutura associativa empresarial.
Ricardo Abrantes salienta ainda que os bancos, «que até apresentaram lucros avultados em 2008», estão a aumentar os «spreads» e comissões: «há bancos que cobram spreads de 12 e 15 por cento às micro e pequenas e médias empresas e estas não conseguem sobreviver com estes encargos».
Outra das situações denunciadas pelo presidente da AIA prende-se com a aceitação dos cheques, relatando que as entidades bancárias só estão a pagar cheques sobre valores disponíveis.
«Em nosso entender viola a lei do cheque porque ele é, por si só, um meio de pagamento à vista, e esta prática causa inúmeros problemas porque o cheque é o meio de pagamento mais utilizado em Portugal para pagamento das transacções comerciais», critica.
Empresários queixam-se das «práticas terroristas» dos bancos
- Redação
- SPP
- 13 fev 2009, 12:47
Empresas não conseguem sobreviver com spreads de 12 a 15%
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