Professores desempregados e até bancários afogados em dívidas - TVI

Professores desempregados e até bancários afogados em dívidas

Despesas

Nova classe de pobres inclui médicos, empresários e muitos administrativos

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A crise está a atirar para a pobreza famílias que, até agora, pertenciam à classe média. O desemprego é o principal motivo que leva estes «novos pobres» a pedirem ajuda à DECO.

Só no primeiro mês deste ano, o Gabinete de Apoio ao Sobreendividado recebeu 1.121 pedidos de ajuda, mais do que os registados durante todo o primeiro trimestre do ano passado.

Mas, mais do que o número de pedidos, o que realmente surpreendeu a responsável por este Gabinete, Natália Nunes, foi o facto de haver uma nova classe de pessoas a cair nesta situação, de impossibilidade de cumprir os respectivos compromissos junto dos bancos.

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«Temos muitos professores sem que saibamos a razão disso, um médico, até empregados bancários, o que nos espantou, por ser gente bem conhecedoras dos mecanismos do crédito», refere, citada pela «Visão». Mas entre os novos atingidos pela crise há também pessoas que tinham aberto pequenos negócios, além de muitos trabalhadores administrativos.

Até agora, os utentes deste serviço eram sobretudo pessoas com estatuto social menos elevado.

Famílias chegam a ter dez créditos

Diz a DECO que as famílias que pediram ajuda têm entre três e dez empréstimos, que não conseguem pagar. Além dos habituais, como o crédito habitação e automóvel, há muitos créditos pessoais, que estas pessoas pediram a bancos e sociedades financeiras, contraídos sucessivamente, à medida que as dívidas se iam acumulando.

A DECO nem sempre dá seguimento aos pedidos entregues. Os processos só são abertos em caso de «endividamento passivo», ou seja, a DECO só ajuda as famílias que tinham capacidade para pagar os créditos na altura em que os pediram e que, entretanto, foram apanhadas por dificuldades inesperadas. Durante o mês de Janeiro foram abertos 239 processos.

Quando os processos são abertos, a DECO contacta os bancos para tentar reestruturar a dívida, normalmente com sucesso (80%). Nos restantes casos (20%), as dívidas seguem para tribunal.
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