G20: Europa e EUA com prioridades diferentes - TVI

G20: Europa e EUA com prioridades diferentes

Barack Obama

Encontro arranca na quinta e conta com os países que congregam 90% da riqueza mundial

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Os dirigentes do G20 reúnem-se quinta-feira em Londres para uma cimeira destinada a dar uma resposta à crise mundial, mas com europeus e norte-americanos a defenderem diferentes prioridades.

Para enfrentar uma recessão de dimensão ainda desconhecida, os norte-americanos são favoráveis a mais medidas de estímulo à economia, esperando-se que seja essa a mensagem do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que participa pela primeira vez numa cimeira do G20, avança a Lusa.

Por outro lado, os europeus, preocupados com o aumento do défice dos seus países, antes de novos esforços financeiros querem ver os resultados das injecções de capital já feitas nos bancos e na economia mundial.

A cimeira do G20 deverá relembrar as medidas adoptadas e prometer novas iniciativas caso estas se revelem necessárias.

2º encontro para debater a crise

Na reunião de Londres participam os países que congregam 90 por cento da riqueza mundial (o G8, a União Europeia e os grandes países emergentes como a Índia, a China e o Brasil).

Esta é a segunda cimeira destinada a debater a crise mundial e decorre num panorama ainda mais sombrio do que na reumião realizada em Washington a 15 de Novembro passado.

Nessa altura, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda previa um crescimento mundial de 2,2 por cento para 2009, enquanto as últimas projecções apontam para uma contracção de um por cento do PIB mundial.

O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, admite uma retoma moderada do crescimento em 2010, mas há quem esteja mais inquieto.

Dúvidas em relação a um acordo

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse recear «uma crise política mundial» se o G20 não chegar a acordo quanto a uma estratégia global de combate à crise.

A cimeira de Londres deverá também tentar um compromisso sobre a regulação e supervisão financeiras, sem deixar qualquer domínio escapar à regulação.

Deverá ainda levar a um aumento substancial dos recursos do FMI, mas os observadores dizem que pode não ser para já uma reforma da instituição que leve a um reforço do papel dos países emergentes.

Por iniciativa da França e da Alemanha, será abordada a luta contra os paraísos fiscais.

Dos países emergentes, bastante dependentes das suas exportações, espera-se um apelo de não cedência ao proteccionismo, uma tendência que se torna mais frequente quando o desemprego aumenta e que parece ter tentado países como a França e os Estados Unidos.

Segundo o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, a «determinação de trabalhar em conjunto» do G20 constitui já um sucesso à partida.

Mas, a cimeira de Londres pode ser apenas uma etapa e está a ser considerada a possibilidade da realização de uma outra reunião no Outono no Japão ou em Nova Iorque, por ocasião da assembleia-geral das Nações Unidas.
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