Agricultura não vai sobreviver sem apoios comunitários - TVI

Agricultura não vai sobreviver sem apoios comunitários

Agricultura é o sector mais afectado pela seca

Cerca de 80% da agricultura portuguesa vai ter enormes dificuldades quando acabarem os apoios comunitários.

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, salientou hoje a necessidade de Portugal fazer uma forte aposta nos recursos florestais para que a área agrícola nacional seja competitiva quando terminarem os subsídios comunitários.

O ministro comentava um estudo da Universidade de Évora, hoje divulgado pelo jornal «Público», que refere que «80 por cento da mancha agrícola [em Portugal] vai ter dificuldades de sobrevivência quando diminuírem os apoios comunitários que agora a sustentam, a partir de 2013».

O estudo indica que «dois terços dos produtos agrícolas portugueses, se for garantida a sua competitividade, podem sobreviver sem os apoios comunitários, mas estes ocupam apenas 20% da superfície agrícola».

«O estudo hoje divulgado não é uma surpresa. Vem confirmar o que já sabíamos e a sua divulgação é vantajosa porque estamos a discutir qual é a política agrícola para os próximos sete anos», referiu Jaime Silva.

O ministro considerou que «não houve coragem até agora de dizer que existe uma agricultura competitiva e outra que não», sublinhando que «para que isso seja invertido» será preciso «apostar na diversidade».

«Temos sete anos para dar sustentabilidade e competitividade a esses 20% e decididamente temos que apostar na floresta», acrescentou.

Questionado sobre como é que 80% da área agrícola portuguesa pode tornar-se mais competitiva, o ministro respondeu que pode ser feita uma aposta forte nos recursos florestais e na atracção de investimento para a floresta.

Além disso, acrescentou, «poderá haver o pagamento de subsídios específicos ao pequeno agricultor».

«Temos de ver ou de olhar para a floresta como uma prioridade», realçou.

Jaime Silva lembrou que o estudo hoje divulgado «não é diferente do apresentado pela União Europeia».

«No fundo diz que, depois da adesão, Portugal teve importantes fundos comunitários e que continuamos com os mesmos problemas estruturais», adiantou.

Para o responsável pela pasta da Agricultura é necessário «mudar o paradigma que, até aqui, foi de tentar trazer (para Portugal) o máximo de dinheiro possível, descurando a sua aplicação qualitativa».

Jaime Silva falava antes de uma conferência de imprensa sobre a prevenção de fogos florestais realizada na embaixada dos Estados Unidos, numa organização do Ministério da Agricultura e da Fundação Luso-Americana.
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