Angola corta com BPI e ameaça fusão com BCP - TVI

Angola corta com BPI e ameaça fusão com BCP

Luanda deu instruções às empresas estatais para fecharem as suas contas no BFA, o banco do BPI em Angola.

Uma decisão hostil que compromete o processo de fusão com o BCP, de que a Sonangol é um dos principais accionistas, refere o «Diário Económico».

As relações entre o Governo angolano e os bancos portugueses estão cada vez mais azedas. O episódio mais recente da tensão, que parece crescer de dia para dia, passou-se, há menos de uma semana, com o maior banco privado do país, o Banco de Fomento de Angola (BFA), controlado pelo BPI. Esta instituição, que contribui com 30% para o lucro do BPI, desistiu, à última da hora, segundo disse ao Diário Económico uma fonte do Executivo de Fernando Piedade Dias dos Santos, de ser «co-leader de uma emissão de dívida para o Estado angolano, o que causou um enorme mal estar e motivou ¿uma recomendação serena¿ para que as empresas de capitais públicos cortassem as suas relações bancárias com o BFA. O recuo da participada do BPI, à beira da assinatura do acordo, foi justificada, segundo a mesma fonte, com a vontade de rever em alta o ¿spread¿ previamente negociado. O Governo angolano não gostou e retaliou. «Não se trata de uma lei, mas sim de uma recomendação serena, que foi prontamente cumprida. Em 48 horas, a maioria das empresas angolanas de capitais públicos fecharam as suas contas no banco», acrescentou outra fonte contactada. A Sonangol, accionista de referência do BCP, à cabeça. A petrolífera terá uma palavra importante a dizer no âmbito do processo de fusão com o BPI, cujas negociações arrancaram hoje.

A saída de recursos, num montante significativo¿o peso do Estado na economia angolana é enorme¿é motivo de preocupação para as administrações do BFA e do BPI, mas, contactados pelo mesmo jornal, os dois bancos recusaram fazer qualquer comentário sobre o assunto. Não foi, por isso, possível apurar várias informações, como o volume de recursos perdidos para a concorrência, sobretudo, para o BAI (Banco Africano de Investimento), uma instituição de capitais angolanos e que tem como principal accionista a Sonangol.
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