ANTRAM exige apoio para enfrentar aumentos dos combustíveis - TVI

ANTRAM exige apoio para enfrentar aumentos dos combustíveis

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Os transportadores de mercadorias reivindicam a aprovação urgente de um pacote de apoio ao sector para fazer face aos sucessivos aumentos do preço dos combustíveis, disse hoje à agência Lusa o presidente da ANTRAM.

Álvaro Teixeira, presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), disse à «Lusa» esperar não ter de vir a apoiar um protesto que faça parar o país, a exemplo do que em Espanha levou o Governo a adoptar medidas compensatórias para o sector.

Frisando que a associação está a encarar esta possibilidade «com muita cautela», dada a importância de um sector que, a nível nacional, é responsável por 90% do transporte de mercadorias, Álvaro Teixeira afirmou, contudo, que os transportadores não podem continuar indefinidamente à espera perante uma situação que os está a «sufocar».

Segundo disse, o aumento de hoje de três cêntimos por litro de gasolina e gasóleo, o terceiro deste ano, ou seja, 5% desde o início do ano, torna inevitável o aumento da factura final ao consumidor, neste caso essencialmente empresas exportadoras a não ser que sejam tomadas medidas excepcionais.

O presidente da ANTRAM disse que o pacote, reivindicado pela associação há cerca de cinco anos, poderia passar por uma diferenciação positiva com a criação de um imposto diferente para o transporte de mercadorias.

Contudo, disse, é preciso uma acção concertada entre os Ministérios das Finanças, Economia, Transportes e Ambiente, numa iniciativa que tem de partir da tutela.

Álvaro Teixeira recordou que Portugal ocupa o décimo primeiro lugar nos países que pagam mais Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), representando a factura dos combustíveis um terço dos custos de exploração, ou seja, a que tem maior expressão nas contas da empresa.

Destacando a importância de um sector que é responsável por 61% das trocas comunitárias, o responsável da ANTRAM disse entender que esse deveria ser motivo suficiente para levar os ministros a falarem «uns com os outros» e a criarem um «pacote especial».

«O sector teve, só em 2005, uma facturação de quatro mil milhões de euros, um valor expressivo», disse, frisando que «quem sai penalizada é a economia portuguesa».

«Não vamos aguentar este sufoco», afirmou, sublinhando que são os associados, que estão de «cabeça perdida», que têm vindo a pressionar para a realização de um protesto.

A questão «está em cima da mesa», mas a ANTRAM «continua a preferir a via do diálogo», esperando que o Governo abandone a posição de «não querer saber do sector».

A ANTRAM vai iniciar a 15 de Fevereiro um conjunto de reuniões por todo o país, a exemplo do que tem feito no passado, nas quais os associados são chamados a participar e intervir, disse.

As petrolíferas reflectiram hoje em três cêntimos o aumento do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (2,5 cêntimos por litro de gasolina ou gasóleo acrescido do IVA).

O Governo deixou para mais tarde a actualização à taxa de inflação esperada de 2,3% o que, a acontecer agora, teria originado um aumento de quatro cêntimos por litro.

A proposta de Orçamento de Estado para este ano previa uma actualização à taxa de inflação esperada mais 2,5 cêntimos por litro na taxa de ISP.
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