Associação das Farmácias admite vir a produzir medicamentos - TVI

Associação das Farmácias admite vir a produzir medicamentos

Associação das Farmácias admite vir a produzir medicamentos

A Associação Nacional de Farmacêuticos (ANF) admite a possibilidade de investir no sector de produção de medicamentos de modo a minimizar os efeitos das medidas anunciadas pelo Governo no sector da saúde, anunciou o presidente, João Cordeiro, em conferência.

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Esta é uma medida que «para já não está em cima da mesa, mas que não excluímos a longo prazo, uma vez que para já queremos enviar uma carta e dialogar com os partidos políticos e o Governos na Assembleia da República», justificou o presidente da ANF.

Em resposta à política de medicamentos anunciada pelo ministro da Saúde, António Correia de Campos, a ANF alerta que «não é verdade que o mal vai ser repartido pelas aldeias».

A repartição, da proposta do ministro, de 3% pela indústria farmacêutica, 1% pela distribuição e 2% pelas farmácias «favorece, relativamente, a indústria farmacêutica e penaliza, desnecessariamente, os doentes», já que a proposta é «desequilibrada e corresponde a 4,17% de penalização para a indústria, 12,5% para a distribuição e 10% para a farmácia», afirma o mesmo.

A associação reforça que «o esforço das farmácias é 140% superior ao da indústria», pelo que a «solução equitativa passa pela redução imediata do preço de venda ao público (PVP) dos fármacos, uma redução que afectaria os três sectores ¿ industria, distribuição e farmácia ¿ na exacta proporção da sua participação na formação do preço de venda dos medicamentos», informou João Cordeiro.

O sacrifício exigido pelo Governo é «desnecessário par os doentes, já que existem alternativas mais justas e porque o Governo apenas não quer obrigar a industria multinacional a cumprir a Lei dos preços».

A Associação nacional de Farmácias conta que entregou ao ministro da Saúde e ao secretário de estado da saúde um estudo sobre a não aplicação da legislação dos preços dos medicamentos e «a resposta foi o silêncio absoluto».

Relativamente aos medicamentos genéricos, o presidente também tem uma opinião contrária à do Governo e afirma que «a eliminação da majoração de 10% nestes medicamentos é uma antiga reivindicação da indústria farmacêutica de marca e é mentira que este mercado já está maduro, pois a sua quota é apenas de 11,8%».

O potencial do mercado dos genéricos pode atingir os 34%, «promovendo uma poupança anual na ordem dos 100 milhões de euros para os doentes, e para isso é preciso aumentar os incentivos a estes medicamentos».

Desta forma, a ANF mostra-se disponível para enfrentar as dificuldades e «colaborar responsavelmente nas soluções, exigindo um tratamento justo e equitativo».

Recorde-se que nas medidas anunciadas pelo Governo para combater o défice orçamental constava o objectivo de poupar 76 milhões de euros no sector da saúde, ainda este ano, e a redução em 6% dos medicamentos comparticipados pelo Estado, tal como o fim do benefício de acréscimo de 10% na comparticipação dos medicamentos genéricos.
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