Banca financia poupança a quem não tem dinheiro

Mas o que fazer se o rendimento não permite tal atitude? Os bancos já pensaram nisso e oferecem crédito para aplicar em poupança, explica hoje o «Diário de Notícias».

O mecanismo é simples: o cliente dispõe de um pequeno aforro, ao qual é acrescido o financiamento bancário.

O dinheiro é investido num produto do próprio banco, normalmente uma aplicação com benefício fiscal, com o cliente a beneficiar de uma remuneração sobre o montante total, pagando um prestação mensal relativa ao empréstimo.

Trata-se de um conceito «complexo, que não se destina ao aforrador menos esclarecido», como referiu ao «DN» um analista de produtos financeiros.

Sendo uma solução para quem não tem dinheiro, há que fazer bem as contas entre o que se paga de juros pelo crédito e a remuneração obtida com o produto de poupança, atendendo igualmente aos custos fiscais de cada uma das vertentes, alertou este especialista.

Além de poder ser vantajoso, esta modalidade de poupança tem ainda a vantagem de criar um hábito de aforro no consumidor, refere ainda o mesmo analista.

Do ponto de vista do banco, esta é uma forma da instituição vender vários produtos ao mesmo tempo, aumentando a sua carteira de crédito, como referiu ao «DN» António Ribeiro, analista financeiro da Proteste, editora da Deco que publica a revista Dinheiros & Direitos.

«Trata-se de um combinado de produtos, em que tanto o banco como o cliente, aproveitam os benefícios fiscais», refere.

Segundo o técnico da Deco, este tipo empréstimos têm mais procura no final do ano, quando os consumidores acorrem em massa de planos poupança reforma (PPR).