Belmiro de Azevedo está contra a OTA e o TGV - TVI

Belmiro de Azevedo está contra a OTA e o TGV

Belmiro de Azevedo

O empresário Belmiro de Azevedo sustentou hoje que «acabou o tempo dos grandes projectos», como a alta velocidade ferroviária e o novo aeroporto da Ota, recentemente apresentados pelo Governo.

Belmiro de Azevedo, que falava num almoço-debate promovido pelo Clube Português de Imprensa sob o tema «Portugal (ainda) é viável?», lembrou que projectos idênticos foram desenvolvidos na Europa quando existiam economias protegidas.

Actualmente, perante uma situação de crise, Belmiro de Azevedo considera que estes projectos «não são prioritários».

Para o líder da Sonae, a Ota e o TGV, orçados em mais de dez mil milhões de euros, são «altamente negativos para a balança comercial portuguesa» porque vão exigir grandes importações, já que a incorporação nacional nos projectos «é baixa».

Portugal «tem que assumir que não é rico», afirmou Belmiro de Azevedo, considerando que esses projectos não irão dinamizar a economia portuguesa.

«Não me importava que fosse Espanha a financiar todo o TGV. Afinal, são os espanhóis que precisam de clientes», ironizou, referindo que o número de passageiros expectável é «ínfimo».

Em vez de «projectos megalómanos», o empresário considerou urgente o investimento em sectores como a floresta, o mar e o turismo, nos quais «não se investe nada».

Para Belmiro de Azevedo é igualmente fundamental a captação de investimento directo estrangeiro (IDE) - que é «actualmente quase nulo» -, para introduzir a produção portuguesa na cadeia internacional e melhorar a qualidade da mão-de-obra.

Dando o exemplo da Autoeuropa, o empresário realçou a capacidade que os projectos de IDE têm de agregar uma rede de pequenas empresas nacionais que, por sua vez, também se internacionaliza.
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