Combustíveis: ano catastrófico se Governo não baixar imposto - TVI

Combustíveis: ano catastrófico se Governo não baixar imposto

Combustíveis: ano catastrófico se Governo não baixar imposto

Desvio de abastecimentos para Espanha deixa empresas à beira da falência

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O presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) diz que 2008 será «um ano catastrófico» para a economia portuguesa se o governo não baixar o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) para desencorajar abastecimentos em Espanha.

«O ano passado já foi muito mais gravoso, face a 2006, e 2008 será catastrófico, se o Governo não baixar o ISP para um preço que desencoraje os portugueses a ir abastecer-se a Espanha. A revenda, o sector empresarial vão enfrentar graves prejuízos e mais falências», disse à agência «Lusa» o presidente da associação, Augusto Cymbron.

O líder da ANAREC criticou o facto de o ISP representar em Portugal «9,3 por cento do total da receitas, enquanto em Espanha apenas 3,6% e na União Europeia 4,8%» e defendeu uma descida de «pelo menos 10 a 11 cêntimos por litro de gasóleo e de 20 a 22 cêntimos por litro de gasolina».

«Se baixar o ISP, o governo vai conseguir recuperar os mais de 15% do mercado que perdeu com a transferência para Espanha (por exemplo do abastecimento por grandes camionistas), 21% do IVA, e muito do imposto sobre o tabaco, que representa mais de metade das vendas nos postos de abastecimento, além do IRC de todas as empresas que antes o pagavam mas agora estão à beira da falência», frisou.

Augusto Cymbron queixou-se também de um aproveitamento pelas petrolíferas na conversão do preço do barril de petróleo de dólares para euros.

«O preço do barril do petróleo devia ser sempre e apenas anunciado em euros, porque as alterações em euros têm sido diminutas, os preços têm sido os mesmos nos últimos meses», disse.

Além disso, o presidente da ANAREC criticou ainda as petrolíferas, especificamente a Galp, por «continuar, ano após ano, a divulgar lucros exorbitantes, recusando-se, sistematicamente a repartir com a revenda uma parte desses proveitos».

«Reunimo-nos há um mês com a Galp e esta não negociou absolutamente nada», disse Cymbron.

O responsável acusa ainda as petrolíferas de «postura inflexível» e de «não terem revisto nem proposto as indispensáveis e mínimas actualizações das margens de comercialização, gerando uma progressiva fragilidade, certa degradação das instalações e clima de insegurança na classe, pondo em perigo a sustentabilidade financeira das empresas, forçando indirectamente os empresários a conter custos e em situação extrema a despedir pessoal».
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