Só no concelho de Lisboa, há mais jardins-de-infância privados (93) do que nos três distritos do Alentejo (85), refere o «Correio da Manhã».
É um rombo no orçamento dos pais que têm de colocar os mais pequenos numa creche durante o horário de trabalho. Os jardins-de-infância (JI) particulares já abriram portas e esta será uma semana essencialmente para adaptação dos bebés e crianças aos novos espaços, colegas, educadores e funcionários. No final do mês, chega a factura, e a mensalidade numa creche particular pode ascender aos 350 euros, mais do as propinas numa universidade privada, os valores mínimos rondam os 230 euros.
No ano passado, frequentavam os jardins-de-infância 177.749 crianças, 91.256 das quais em estabelecimentos privados. As creches davam trabalho a 10.884 educadores e 20 028 funcionários não docentes. Há ainda as escolas do 1.º Ciclo com jardim-de-infância, que tinham 192.235 alunos, e as Escolas Básicas Integradas com JI, com 16.230 crianças. A taxa de cobertura pública de crianças de cinco anos no Pré-escolar é superior a 90%: o Governo pretende atingir os 100% já neste ano lectivo. Apesar de haver mais jardins-de-infância do Estado, há mais crianças nas instituições privadas.
O Programa de Enriquecimento Curricular do 1.º Ciclo prevê que nos jardins-de-infância os agrupamentos de escolas planifiquem actividades de animação e apoio às famílias.
O prolongamento dos horários nas escolas primárias, com a oferta obrigatória de actividades extracurriculares, pode colocar em causa a sobrevivência de vários ATL, mas também das creches particulares. «Se uma família tiver na mesma localidade um infantário de graça e outro a pagar, é claro que opta pelo de graça, sem olhar à qualidade», refere António Ponces de Carvalho, presidente da Associação de Jardins-Escola João de Deus e do Comité Português da Organização Mundial de Educação Pré-Escolar.
Creches privadas são mais caras que universidades
- Redação
- PGM
- 5 set 2006, 08:41
A maior parte das creches abriu portas ontem. Deixar um bebé num infantário privado pode custar mais de 300 euros, um valor superior às propinas das universidades privadas.
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