Crise leva portugueses a gastar menos neste Natal - TVI

Crise leva portugueses a gastar menos neste Natal

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A crise económica vai cortar asas à generosidade dos portugueses neste Natal e reduzir em cerca de 6% as despesas com a época natalícia que se aproxima.

Segundo um estudo da consultora internacional Deloitte, a tendência para poupar nota-se por quase toda a Europa, sendo que, em média, os gastos com o Natal vão cair este ano 3% em média.

As dúvidas sobre a retoma económica, sobre o mercado de emprego e mesmo sobre uma possível queda do poder de compra deverá inibir os consumidores, sobretudo em Portugal, já que é aqui que estão as piores perspectivas económicas, com 74% da população a acreditar que a economia está em recessão. O descontentamento atinge também aqui o nível mais elevado, com 86% da população descontente.

O emprego é visto como menos seguro também em Portugal, na Itália, Alemanha e, surpreendentemente, no Reino Unido.

Os consumidores têm menos para gastar e, por isso mesmo, precisam de optimizar o pouco dinheiro que têm. O custo de vida subiu e o rendimento das famílias portuguesas não acompanhou, respostas dadas pelos consumidores e que mostram a importância dos retalhistas que se situaram na área dos negócios «discount».

Este ano, mais uma vez, os consumidores vão deixar as compras para a última hora e muitos não sabem ainda onde as farão. O desafio do momento, para os retalhistas, é conquistar este mercado caprichoso mas muito importante. E há sempre que ter em conta que, quando os consumidores precisam de poupar dinheiro, uma grande maioria dos europeus não hesita em mudar de produtos de marca para produtos genéricos. E aqui os portugueses são dos mais receptivos à mudança.

Internet usada para pesquisar, comparar e comprar

O estudo da Deloitte sublinha ainda a Internet como canal de compras que está a ganhar peso. A Internet atingiu já a sua maturidade e tornou-se um canal «triple play», sendo que 75% dos inquiridos por toda a Europa declaram ter feito compras na Internet nos últimos doze meses. Neste Natal, para pesquisar produtos e lojas, 75% irão fazê-lo e, entre estes, 54% usarão a Internet apenas para comparação de preços. De resto, também quase 50% dos consumidores comprarão produtos e serviços na Internet, este Natal.

Os que compram na Internet fazem-no porque pensam que poupam tempo e dinheiro e, por isso mesmo, 62% dos consumidores gastarão este ano, através da Internet, o mesmo ou mais do que no ano passado. Em contrapartida, 16% gastarão menos, este ano, através da Internet. Contas feitas, são menos de 25% os que não usarão a Internet para as compras de Natal deste ano.

Em Portugal, e como a tradição do Natal ainda está muito arreigada, apesar da crise, os portugueses não abdicar de dar compras. As motivações para as compras, indicadas pelos inquiridos, são: a existência de presentes mais inovadores ou interessantes por onde escolher; a chegada de crianças à família; uma melhoria na situação económica; empregos mais seguros; rendimento familiar aumentou relativamente ao ano anterior ou aumentará no próximo ano; as previsões económicas são favoráveis.

Roupas e livros lideram preferências

Sobre o tipo de prendas que os portugueses querem receber, mais de 50% falam de roupas e livros, mais de 40% de cosméticos e perfumes, CDs, cassettes, DVDs ou vídeos. Cerca de 37% sonham com viagens, 29% com televisores de plasma ou LCD, 26% com cheques prenda, 24% com material electrónico e 23% com telemóveis. 22% falam de computadores.

No entanto, as prendas que realmente vão ser compradas são ligeiramente diferentes, mais adequadas ao bolso e à situação económica: 64% viram-se para os livros, 55% para roupas, 52% para CDs, cassettes, Vídeos ou DVDs, 50% para perfumes ou cosmética, 27% para brinquedos e jogos, 20% para comida e bebida, 18% para cheques prenda, 14% para jogos electrónicos, 12% para pequenos electrodomésticos e 9% para arte ou artesanato. Viagens, nem vê-las.
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