Empresários vão investir mais 11% este ano apesar da crise - TVI

Empresários vão investir mais 11% este ano apesar da crise

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O investimento empresarial deverá crescer cerca de 11% em termos nominais, em 2008, de acordo com as intenções indicadas pelas empresas ao Inquérito ao Investimento de Abril passado, do Instituto Nacional de Estatística (INE).

No mesmo inquérito as empresas declararam ter realizado investimentos em 2007 num montante 14,7% superior ao de 2006. No ano passado, o investimento acabou mesmo por ser superior ao que os empresários tinham previsto mas, para este ano, a previsão de uma subida de 11% significa uma revisão em baixa de 3,3 pontos percentuais (p.p.) relativamente ao resultado obtido no inquérito anterior.

«Tendo em conta a conjuntura mais adversa do que a que rodeou a realização do inquérito anterior, a variação nominal do investimento perspectivada para 2008 é relativamente elevada. Observa-se, no caso das grandes empresas, alguma resiliência na manutenção de programas de elevados níveis de investimento, que representam mesmo uma aceleração face a 2007», aponta o INE.

Efectivamente, as empresas com mais de 500 pessoas revelaram intenções que, a concretizarem-se, representarão um crescimento de 28,3% em 2008 do seu nível de investimento.

Investimento sobe mas é feito por menos empresas

Apesar de o investimento continuar de facto elevado, a verdade é que a percentagem de empresas que fala em investir está a baixar. Este indicador, de difusão do investimento, passou de 85,9%, para 79,2% e 68,2%, em 2006, 2007 e 2008, respectivamente.

Por secções de actividade, sete das nove inquiridas contribuem para o aumento do investimento. As secções que registaram maiores crescimentos foram as de Construção, com 67,6%, Electricidade, Gás e Água, com 52,0%, Alojamento e Restauração, com 40,6%, e Actividades Financeiras, com 30,7%.

Em 2007, apenas se verificaram reduções do investimento em duas secções: Comércio (-16,5%, com um contributo de -2,9 p.p., principalmente devido ao Comércio por Grosso) e Indústria Transformadora (-1,0%, com um contributo de -0,2 p.p.).

O abrandamento do investimento (3,7 p.p.) observado entre 2007 (14,7%) e 2008 (11%) resulta sobretudo do comportamento das secções de Construção (com um contributo de -4,7 p.p.), de Electricidade, Gás e Água (-3,7 p.p.) e de Alojamento e Restauração (-2,3 p.p.). Note-se que este abrandamento estará em parte ligado ao efeito de base decorrente do facto destas secções terem apresentado elevados crescimentos em 2007. Com contributo no sentido contrário, destaque-se a Indústria Transformadora (4,6 p.p.).

Forte aposta no petróleo

Para 2008, a estimativa de variação do investimento na Indústria Transformadora é de 21,5%. Observam-se variações positivas do investimento em oito das catorze subsecções, destacando-se as de Coque e Produtos Petrolíferos (288,2%), Produtos Químicos e Fibras Sintéticas (59,5%) e Papel e Artes Gráficas (42,1%) por apresentarem os maiores crescimentos e, simultaneamente, os contributos mais fortes.
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