Endividamento das Administrações Públicas aumenta 50% no 1º semestre de 2005 - TVI

Endividamento das Administrações Públicas aumenta 50% no 1º semestre de 2005

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As necessidades líquidas de financiamento das Administrações Públicas até Junho de 2005 agravaram-se 49,6% face ao mesmo período do ano anterior, segundo o boletim estatístico do Banco de Portugal. Só a administração local registava em Junho um endividamento à banca de 174 milhões, três vezes mais que no homólogo.

As Administrações Públicas agregam os subsectores Estado, serviços e fundos autónomos, administração regional e local e fundos da segurança social.

O documento, divulgado hoje e citado pela agência «Lusa», indica que no primeiro semestre, as Administrações Públicas endividaram-se em cerca de 3,5 milhões de euros, um agravamento mensal de 28,4% e homólogo de 49,6%.

O valor registado no final de Junho equivale a 73,2% face ao de Dezembro de 2004.

Estes saldos correspondem à diferença entre o crédito obtido e os depósitos e aplicações em títulos, com excepção das transacções efectuadas pelo Estado e pela administração regional e local em acções e outras participações emitidas por residentes.

Uma abordagem mais desagregada mostra que o saldo negativo da Administração Central, que junta os sub-sectores Estado e serviços e fundos autónomos, agravou-se 45% em termos homólogos para 4.304 milhões de euros.

Este défice resulta da conjugação do défice do subsector Estado, que se agravou em 8,1% para 3,292 milhões de euros, apesar de a variação mensal ter sido de 49,3%, com um saldo negativo de 1,012 milhões de euros apresentado pelos serviços e fundos autónomos, que inverteram o saldo positivo homólogo de 77 milhões de euros.

A administração regional e local apresentam, por sua vez, um défice de 196 milhões de euros, que supera o homólogo em 58,1%.

Este saldo agregado desdobra-se em um défice de 22 milhões de euros da administração regional, uma redução do homólogo em 69%, e um de 174 milhões de euros da administração local, que mais do triplica o homólogo, que foi de 53 milhões de euros.

Por sua vez, os fundos de segurança social aumentaram o seu excedente em 32,8% homólogos para 996 milhões de euros.

A dívida directa do Estado, já relativa a Julho, ascendeu a 97,5 mil milhões de euros, o que representa cerca de 69,6% do PIB previsto para 2005, mais 9,5% que no ano anterior e 2% em relação ao total do primeiro semestre.
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