Endividamento das famílias ascende a 129% do rendimento disponível - TVI

Endividamento das famílias ascende a 129% do rendimento disponível

Dinheiro

Banco de Portugal alerta que isto pode ser um risco para a economia nacional

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O endividamento das famílias, face ao rendimento disponível, aumentou novamente em 2007, para 129%, um novo recorde, que compara com 123% em 2006.

Isto quer dizer que as dívidas das famílias portuguesas superam em 29% os rendimentos, revelam dados do Banco de Portugal, divulgados no Relatório de Estabilidade Financeira.

Quanto ao peso no PIB, o endividamento representa 91%, mais 3 pontos percentuais do que em 2007.

O BdP acrescenta que este elevado nível de endividamento constitui um risco para a actividade económica nacional.

«O elevado nível de endividamento dos particulares pode limitar a sua capacidade de ajustamento a choques, em particular num contexto de manutenção das taxas de juro em níveis superiores aos observados em anos anteriores», pode ler-se no documento. E acrescenta que «os correspondentes encargos com o serviço da dívida poderão estar a constituir uma restrição activa para a evolução do consumo privado e do investimento residencial».

O banco central alerta ainda que a actual turbulência financeira e as dificuldades de financiamento acrescidas que os próprios bancos enfrentam deverão levar a uma restritividade nos critérios de concessão de crédito a consumidores (o que pode vir a afectar a evolução do consumo privado e da procura no mercado imobiliário) e empresas (o que pode afectar o andamento do investimento empresarial).

Sobre o mercado imobiliário, o banco diz não existirem indícios de uma sobrevalorização dos preços de habitação em Portugal, cujo crescimento até tem sido muito moderado nos últimos anos.

Poupança em mínimos

Os portugueses canalizaram para a poupança apenas 7,9% do seu rendimento disponível em 2007

Este foi, de resto, o valor mais baixo em várias décadas e representa a sexta descida consecutiva. Em 2006, a taxa ficou nos 8,4%.

De resto, o BdP revela ainda que a poupança representa 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), também em queda, pelo quarto ano consecutivo, e o valor mais baixo desde 1995.
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