Estado cabo-verdiano aproveita OPV da ENACOL para atrair portugueses

Para além disso, o Estado cabo-verdiano vai contar com «um encaixe de 11 a 12 milhões de euros», revelou o director-geral da ENACOL, Luís Soares, num almoço de apresentação à imprensa portuguesa.

Com a colocação em bolsa desta percentagem, o Estado cabo-verdiano fica com apenas 1% da petrolífera, apesar de manter o carácter de golden-share que lhe garante «direitos de veto em algumas questões estratégicas para o país». A empresa fica ainda com os accionistas de referência Galp Energia e Sonangol (cada uma com partes iguais de 32,5%).

Começou hoje emissão das ordens de compra

A OPV (Operação Pública de Venda) teve início no passado dia 20 de Março. No entanto, só esta segunda-feira começou o período para a emissão das ordens de compra dos bancos comerciais: Banco Comercial do Atlântico, Banco Cabo-Verdiano de Negócios, Banco Interatlântico e Caixa Económica de Cabo Verde.

Desta forma, qualquer investidor, pequeno, grande, cabo-verdiano, estrangeiro, institucional, particular ou emigrante poderá concorrer à aquisição de acções da ENACOL.

«Queremos que os portugueses invistam mais em Cabo Verde», comentou o presidente do conselho de administração da ENACOL, Carlos Bayan Ferreira, denotando uma certa retracção dos investidores portugueses naquele país.

Acções com preço unitário de 4 euros

Nesta OPV são alienadas 285.088 acções ordinárias escriturais e nominativas, cada uma com um valor de 500 escudos cabo-verdianos (cerca de 4 euros). O limite mínimo de compra será de duas acções e um máximo de 5 mil, podendo ser adquiridas até ao próximo dia 20 de Abril. Já o ínicio da cotação oficial da empresa em bolsa está prevista para 25 de Abril.

Carlos Ferreira explica ainda como um investidor português poderá tornar-se accionista da Enacol: terá que entrar no site da bolsa de valores cabo-verdiana para fazer uma primeira consulta e onde pode descarregar o impresso para a candidatura. No entanto é condição essencial possuir conta num banco de Cabo Verde.

«Queremos que esta operação seja um êxito e temos a certeza que será», terminou o presidente do conselho de administração da petrolífera.