O pagamento das facturas da administração pública atempadamente significaria uma injecção de 3.200 milhões de euros na economia, de acordo com um estudo da Intrum Justitia.
Segundo o comunicado da empresa, Portugal aparece como o sexto país (atrás de Itália, Espanha, França, UK e Alemanha) onde a injecção na economia seria maior se a administração pública pagasse as facturas nas datas estipuladas.
Quanto aos dados globais europeus, dia a Intrum Justitia que, se todas as administrações públicas pagassem as suas facturas no prazo, tal equivaleria a uma injecção na economia de 65.000 milhões de euros.
Segundo o mesmo estudo, o risco nas operações comerciais em Portugal aumentou 1 ponto em relação a 2008, igualando o nível alcançado em 2005. Assim, o índice de risco situa-se em 184 (em 2008 se situava em 183), um nível onde a intervenção é inevitável e urgente já que é necessário tomar medidas para diminuir o nível de risco.
Atrasos nos pagamentos de clientes em dificuldades
«Cerca de 90% das empresas em Portugal recebe os seus pagamentos com atraso porque os seus clientes estão a atravessar dificuldades financeiras», afiança o estudo. Para o director-geral da Intrum Justitia, Luis Salvaterra, «as vendas sofreram reduções, a liquidez diminuiu e os pagamentos das facturas demoram mais tempo como consequência da crise financeira. Esta situação condiciona a competitividade das empresas». Além disso, «os governos europeus estão a investir grandes quantidades de dinheiro nas suas economias para aumentar a liquidez de uma forma desnecessária porque, não estão a pagar as suas facturas a tempo».
Em relação aos prazos de pagamento os países europeus com os prazos mais longos são a Grécia, Espanha, a Itália, Portugal e Chipre, por esta ordem. No extremo oposto situam-se a Finlândia, a Estónia, a Polónia, a Noruega e a Dinamarca.
«Em geral, no sul da Europa tem-se uma atitude mais descuidada relativamente aos atrasos nos pagamentos. De facto, em muitos destes países não se pagam penalizações derivadas dos atrasos», refere o responsável.
Mais seis dias para pagar
A Grécia e a Espanha são os dois países europeus que mais atrasam os seus pagamentos. Concretamente em Portugal, os atrasos nos pagamentos aumentaram uma média de 6 dias em relação a 2008. «Este dado é especialmente relevante se levarmos em conta que Portugal é o quarto país com maior prazo de pagamento da Europa».
Assim, o prazo de pagamento em Portugal situa-se em 92 dias enquanto que na Europa a média é de 57 dias.
As Administrações Públicas continuam a ter os prazos de pagamento mais longos em toda Europa. O sector público, no caso de Portugal, diminuiu o prazo de pagamento real em relação a 2008 de 137 para 129 dias. Ainda assim este dado contrasta com a média europeia, onde a média se situa em 67 dias.
As Administrações Públicas continuam a ser o sector que mais demora a realizar o pagamento das facturas em toda Europa. Na segunda e terceira posição da tabela surgem respectivamente a Segurança Social e o fornecedor principal da empresa.
Empresas e particulares também se atrasam
Nas empresas, os pagamentos atrasam-se em média 35 dias, chegando nos 87 dias de prazo de pagamento real. Na Europa, a média de prazo de pagamento situa-se nos 57 dias.
Os particulares são o segmento que menos se atrasa nos seus pagamentos, 30 dias em média, efectuando os pagamentos num prazo médio de 60 dias. A média europeia é de 41 dias.
A Intrum Justitia recomenda a implementação de medidas para melhorar esta situação como analisar a carteira de risco com maior periodicidade, supervisionar com regularidade a solvência dos clientes, ter um contacto directo antes da data de vencimento da factura e confirmar a informação sobre a factura e o pagamento da mesma, começar o seguimento imediatamente após o vencimento, trabalhar na Gestão de Credito e Cobranças com uma empresa especializada e fazer uma melhor segmentação.
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Estado pode pôr 3,2 mil milhões na economia se pagar dívidas
- Redação
- PGM
- 17 jun 2009, 18:16
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Estudo revela que Sul da Europa é mais problemático
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