Inflação pode voltar a ser inimigo público Nº 1 - TVI

Inflação pode voltar a ser inimigo público Nº 1

Inflação pode voltar a ser inimigo público Nº 1

A Golden Broker (GB) estima que as taxas de juro na Zona Euro devem ainda atingir os 4%, defendendo que, aparentemente, não existem sinais recessivos à vista, excepto o eventual contágio de uma crise americana.

Relacionados
«As taxas de juro devem subir pelo menos até 4%, mas o ciclo parece-nos próximo do fim», alerta o analista da corretora, Alexandre Mota.

Numa avaliação ao mercado americano, a GB realça também o facto de Ben Bernanke, presidente da Reserva Federal Americana (FED), estar muito preocupado com a taxa de inflação, dado que muito recentemente aquele responsável fez notar a necessidade de existir uma maior flexibilidade na política monetária nos EUA.

Bernanke sublinhou ainda mais três problemas: a correcção do mercado imobiliário, que poderá ser mais severa do que o esperado; a crise no imobiliário que pode alastrar para o mercado de trabalho e consumo; e ainda, a fraqueza do nível do investimento que permanece à mais tempo que o esperado.

Recorde-se que, no segundo semestre de 2006, o Fed parou o ciclo de subida de taxas de juro nos 5,25%, dando a entender que os riscos continuavam a manter-se no sentido de uma subida adicional. Porém, desde essa altura, o Fed quase manteve a tónica na manutenção de taxas, mas sempre apontando riscos de uma subida adicional.

Por outro lado, o mercado de futuros, que antecipa as decisões do Fed, incorpora desde há alguns meses a expectativa de uma descida de taxas de juro este ano.

Agressividade nas descidas quando o ciclo começar

«Este facto foi muito importante, porque desde então os futuros sobre os Fed Funds começaram a incorporar quase a 100% um corte de taxas na próxima reunião de 9 de Maio (de 5.25% para 5%. Entendemos que o mercado antecipa um corte de taxas, mas o Fed pode não fazê-lo tão cedo, o que implicará mais agressividade nas descidas quando esse ciclo se iniciar, penalizando as acções americanas ao longo dos próximos meses e beneficiar as obrigações, principalmente nos prazos mais longos», explica Alexandre Mota.

Em suma, a corretora defende alguma indefinição no segmento accionista, dependente da actuação do FED, pois quanto mais adiar a decisão de descida, pior será para o mercado accionista. O dólar fica sob pressão e, no curto prazo, poderá manter-se suportado pelo diferencial de taxas de juro de curto prazo, embora, se o Fed actuar, o estreitamento de spreads acabará por prejudicar a divisa americana.
Continue a ler esta notícia

Relacionados