Mercado aceita chumbo de Bruxelas no processo de integração do gás na EDP

Além de ser uma decisão já descontada nos títulos da EDP, estes seriam, sim, penalizadas se a eléctrica cedesse no seu principal negócio: a electricidade.

O Comité Consultivo sobre as Concentrações da União Europeia concorda com a orientação definida pela Comissão Europeia no sentido de chumbar a compra da GDP pela EDP. Esta é uma opinião, que os analistas consideram que não tem impacto nas acções da eléctrica nacional, pois um eventual chumbo por parte de Bruxelas «já está descontado no valor das acções», referiu Miguel Viana, analista do Espírito Santo Research, à Agência Financeira. Agora resta saber o que a CE vai «decidir depois das novas propostas apresentadas pela EDP na semana passada», aponta Enrique Soldevila Manrique, analista do BPI, no Iberian Daily.

«É preciso esperar pela decisão oficial para ver o que o Governo vai fazer», sublinhou Miguel Viana. «O Executivo fala em que os 51% da GDP passem para a Parpública», apontou outra analista.

O próximo passo vai depender, portanto, da decisão de Bruxelas. De qualquer das formas, a EDP «continua a ser accionista da Galpenergia e pode arranjar alternativas de influência», referiu a mesma.

De qualquer das formas, «o mercado vê como mais importante o facto da EDP não ceder no seu core bussiness (negócio principal), a electricidade, para conseguir a integração do negócio do gás», expressou ainda. Um aspecto também salientado por Miguel Viana.

A avaliação que os analistas fazem da EDP não contempla a integração do gás na eléctrica. No caso do Millennium bcp investimento a recomendação é de compra e um preço alvo nos 2,55 euros, ou que lhe confere um potencial de valorização de 12% face à cotação de 2,28 do fecho da passada sexta-feira.