Ministro desvaloriza previsões para 2005 e confia no crescimento em 2006 - TVI

Ministro desvaloriza previsões para 2005 e confia no crescimento em 2006

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O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, desvalorizou hoje no Parlamento as recentes previsões económicas divulgadas pelo Banco de Portugal (BdP) e pela Comissão Europeia que revêem em baixa as expectativas de crescimento para este ano.

Apesar de admitir que as várias projecções são «preocupantes», lembrou que os números divergem entre as várias entidades, sendo que o Governo prevê 0,5%, a Comissão 0,4% e o BdP 0,3%.

«Estamos a apontar todos para um mesmo facto, que o crescimento em 2005 vai ser fraco, mas estes números afastam, contudo, o cenário que mais temia que era o de uma recessão», afirmou o ministro perante a Comissão de Orçamento e Finanças.

Já em 2006, garante, «o crescimento será melhor, em torno de 1%». Um valor que admite ser «também, fraco e insatisfatório, mas é aquele que realisticamente, face à informação de que dispomos, quer quanto ao final de 2005, quer quanto à evolução da economia europeia em 2006, nos permite sustentar essa estimativa».

Confiança deve contribuir para melhor exportações

Respondendo às questões da oposição sobre a fundamentação para a previsão de um crescimento de 5,7% nas exportações, o ministro referiu que os indicadores económicos revelam uma melhoria da confiança dos consumidores em empresários a partir do quatro trimestre deste ano, o que deverá reflectir-se na melhoria da actividade económica europeia em 2006. O ministro lembrou que 80% do comércio externo de Portugal é feito com outros países da União Europeia cuja economia deverá acelerar no ano que vem.

Para melhorar as quotas dos mercados externos de Portugal, o ministro não escondeu que é «necessário mudar o conteúdo das nossas exportações face à concorrência dos países no Oriente nos sectores mais tradicionais», ou seja, Portugal tem que reconfigurar o perfil da sua especialização, que até agora assentava em salários baixos.

Em Portugal os produtos de cariz mais tecnológico representam apenas 40% do total, um valor que o ministro quer ver a subir durante o próximo ano.
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