Apesar de admitir que as várias projecções são «preocupantes», lembrou que os números divergem entre as várias entidades, sendo que o Governo prevê 0,5%, a Comissão 0,4% e o BdP 0,3%.
«Estamos a apontar todos para um mesmo facto, que o crescimento em 2005 vai ser fraco, mas estes números afastam, contudo, o cenário que mais temia que era o de uma recessão», afirmou o ministro perante a Comissão de Orçamento e Finanças.
Já em 2006, garante, «o crescimento será melhor, em torno de 1%». Um valor que admite ser «também, fraco e insatisfatório, mas é aquele que realisticamente, face à informação de que dispomos, quer quanto ao final de 2005, quer quanto à evolução da economia europeia em 2006, nos permite sustentar essa estimativa».
Confiança deve contribuir para melhor exportações
Respondendo às questões da oposição sobre a fundamentação para a previsão de um crescimento de 5,7% nas exportações, o ministro referiu que os indicadores económicos revelam uma melhoria da confiança dos consumidores em empresários a partir do quatro trimestre deste ano, o que deverá reflectir-se na melhoria da actividade económica europeia em 2006. O ministro lembrou que 80% do comércio externo de Portugal é feito com outros países da União Europeia cuja economia deverá acelerar no ano que vem.
Para melhorar as quotas dos mercados externos de Portugal, o ministro não escondeu que é «necessário mudar o conteúdo das nossas exportações face à concorrência dos países no Oriente nos sectores mais tradicionais», ou seja, Portugal tem que reconfigurar o perfil da sua especialização, que até agora assentava em salários baixos.
Em Portugal os produtos de cariz mais tecnológico representam apenas 40% do total, um valor que o ministro quer ver a subir durante o próximo ano.
Ministro desvaloriza previsões para 2005 e confia no crescimento em 2006
- Paula Martins
- 17 nov 2005, 13:17
O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, desvalorizou hoje no Parlamento as recentes previsões económicas divulgadas pelo Banco de Portugal (BdP) e pela Comissão Europeia que revêem em baixa as expectativas de crescimento para este ano.
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