Recuperar edifícios antigos permite contornar crise na construção - TVI

Recuperar edifícios antigos permite contornar crise na construção

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O recuo da procura levou a novo agravamento da conjuntura na construção e obras públicas em 2005, revelam dados divulgados pela associação AICCOPN, que reclama melhores condições de investimento na reabilitação de edifícios para inverter a tendência.

Em nota citada pela Lusa, a associação afirma que 2006 não deverá trazer melhorias significativas ao sector, apesar da aproximação da execução do plano de investimentos do governo em obras públicas, que prevê gastos de perto de 25 mil milhões de euros em obras como o novo aeroporto da Ota e o comboio de alta velocidade (TGV).

Para contrariar a tendência, a Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) reclama «incentivos ao investimento na reabilitação do parque habitacional arrendado e degradado que contrariem a lógica da lei do arrendamento aprovada, cujo pendor proteccionista retira viabilidade financeira a tais investimentos».

Além disso, defende, «torna-se necessário avançar com um conjunto de obras públicas de menor dimensão, realizáveis no curto prazo, já que as grandes obras públicas em pipeline só terão início em 2009 e 2010».

Em 2005, afirma, «a recessão perseverou no sector, havendo o receio de que 2006 seja mais um ano a somar aos anteriores cinco anos recessivos».

«Independentemente da magnitude, os dados quantitativos sustentam a ideia de recessão sectorial», afirma a AICCOPN, apontando como exemplos o consumo de cimento, conclusão de edifícios e promoção de obras públicas.

O indicador de conjuntura da associação, medido pelo saldo de respostas extremas dos empresários, agravou-se em 1,5% de Outubro para Novembro e 0,1% de Novembro para Dezembro, fixando-se em menos 22,2% no final do ano.

Em relação ao ano passado, as expectativas dos empresários degradaram-se em 4,2 pontos percentuais, «contrariando a tendência de descompressão que se sentiu ao longo de 2004», refere a nota divulgada.

Todos os segmentos registaram agravamentos, mais acentuados no segmento habitacional (menos 5,5 pontos) e pequenas empresas (menos 5,9 pontos), e mais moderados nas obras públicas (menos 3,6 pontos) e edifícios não-residenciais (menos dois pontos).

Em Dezembro, a taxa de utilização da capacidade produtiva das empresas situava-se em 75%, menos 0,6 pontos percentuais do que no mês anterior.

O nível de concorrência, no mesmo mês, situava-se em 33%, quase 3% acima do registado no mês anterior.

Segundo a AICCOPN, a procura no sector da construção deverá ter recuado 4,5% no ano passado, em relação a 2004, uma quebra acima das estimativas da Comissão Europeia.
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