Rolhas de cortiça portuguesas invadem passagem de ano - TVI

Rolhas de cortiça portuguesas invadem passagem de ano

  • Sónia Peres Pinto
  • 31 dez 2008, 11:44
Champanhe

Desvalorizar do dólar tem vindo a penalizar exportações do sector

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Quando soarem as 12 badaladas, milhões de rolhas de cortiça portuguesas vão saltar das garrafas, um pouco por todo o mundo, garantiu à Agência Financeira, a Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor).

Portugal produziu este ano cerca de 160 mil toneladas de cortiça, ou seja, um pouco mais do que metade da produção mundial e que atingiu as 299 mil toneladas.

O mercado externo, segundo as contas da associação, continua a ser o principal receptor deste produto. O sector exportou 853,8 milhões de euros, equivalentes a 159,4 milhares de toneladas.

Crise afecta

Tal como em outros sectores, a cortiça acredita que não vai ficar imune à tão falada crise financeira, apesar de reconhecer, que as exportações do sector têm crescido a um ritmo lento nos últimos anos devido à desvalorização do dólar.

«Nenhum sector, face à dimensão e às implicações da crise, ficará imune. No entanto, nos últimos anos, o sector tem vindo a crescer menos devido à queda do dólar, que tem vindo a penalizar as exportações de todos os sectores que vendem nesta moeda ou para os EUA, como é o caso da cortiça», salienta à AF.

Guerra ao plástico continua

A eterna guerra ao vedante de plástico continua e, depois de alguns anos de perda de quota de mercado, o sector tem vindo a investir na melhoria da performance da rolha de cortiça.

Ao mesmo tempo, foram desenvolvidas novas rolhas neste material destinado aos segmentos mais competitivos dos vinhos.

«A detecção de problemas nos vedantes alternativos tem igualmente ajudado a recuperar alguma quota de mercado da rolha de cortiça. Esta foi perdida, essencialmente, para os vedantes plásticos, mas acreditamos que temos campo para recuperar em alguns países europeus como a França ou a Itália. No entanto, ainda, representamos 13 mil milhões de rolhas de cortiça no mundo para cerca de 4 mil milhões de vedantes alternativos», acrescenta à AF Apcor.

EUA, Leste e Ásia com espaço para crescer

De acordo com a associação, o sector ainda pode vir a crescer, pelo aumento do consumo de vinho no mundo, em especial nos Estados Unidos, na Ásia e na Europa de Leste. «Esse crescimento é motivado, quer pela mudança de hábitos de consumo quer, pelo aumento do poder de compra em alguns desses países», acrescenta.

A indústria representa actualmente 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e 2,3% do total das exportações nacionais.
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