Só 11% das greves resultaram em maiores salários - TVI

Só 11% das greves resultaram em maiores salários

Greve (foto Lusa)

Cerca de 40 por cento das greves que ocorreram no terceiro trimestre de 2006 tiveram como reivindicação salários, mas apenas 11,1% foram aceites pela entidade patronal, segundo dados do GEP, citados pela «Lusa».

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De acordo com o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), 40,9% das reivindicações que estiveram na base das greves referem-se a questões salariais, das quais 11,1 por cento foram aceites, 22,2% parcialmente aceites e 66,7% recusadas.

Depois da questão salarial, o motivo que originou mais greves relacionou-se com as condições de trabalho (33,3%), sendo que 77,3% das quais foram recusadas e 22,7% parcialmente aceites.

No terceiro trimestre de 2006 realizou-se um total de 32 greves (31 de empresas e 1 de pluriempresa), mais oito que no mesmo período do ano anterior, abrangendo 2.718 trabalhadores e resultando na perda de 3.367 dias de trabalho.

Apesar do número de greves, trabalhadores em greve e dias perdidos ter aumentado no terceiro trimestre, em termos relativos, nem o número médio de trabalhadores nem o de dias perdidos, por greve ou face ao emprego (por cada 1.000 trabalhadores por conta de outrem) traduziram esse acréscimo.

O número médio de trabalhadores por greve situou-se nos 85 no terceiro trimestre de 2006 (105 no mesmo período de 2005) e o número médio de dias de trabalho perdidos atingiu os 105 no ano passado (137 no terceiro trimestre de 2005).

Mais de metade das greves ocorreu nas indústrias transformadoras (19), mas foi nos transportes, armazenagem e comunicações (6) que a taxa de trabalhadores em greve (6,3) e o número de dias de trabalho perdidos (7,2), por cada 1.000 TCO, atingiram valores muito acima da média global.

Por regiões, os distritos de Lisboa e Porto somaram quase dois terços (62%) dos trabalhadores em greve e 57,8% do total de dias de trabalho perdidos por greve no trimestre.

Mas foi em Leiria e Santarém que se registaram as mais altas taxas de trabalhadores em greve, de 2,3% e 2,8%, respectivamente, tendo sido ainda em Santarém que se verificou o maior número médio de dias perdidos (6,2 por cada 1.000 TCO).

A recolha e tratamento dos dados relativos a greves resulta de um trabalho conjunto da Direcção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento e da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
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