Sonae nega acordo para vender supermercados no Brasil

«Foram dirigidas à Sonae mais do que uma proposta conducente à transmissão daqueles seus activos (de distribuição no Brasil)», refere a Sonae, acrescentando que «nenhuma das propostas mereceu uma decisão vinculativa por parte da Sonae, encontrando-se, no entanto, sujeitas à sua apreciação».

A empresa liderada por Belmiro de Azevedo lembra ainda que «o mercado deverá, relativamente à verificação de qualquer eventual operação envolvendo tais activos e/ou respectivas condições, atentar exclusivamente a informações transmitidas pela Sonae, a qual dará o cumprimento habitual aos seus deveres de comunicação».

Recorde-se que esta manhã o jornal brasileiro «Folha de S. Paulo» noticiava que o grupo nacional havia acordado a venda desta rede à norte-americana Wal-Mart por 1,6 mil milhões de reais (ou 610 milhões de euros).

A mesma publicação garantia que a «empresa norte-americana e a Sonae ainda negoceiam os detalhes da operação, que deve ser anunciada nos próximos dias».

O valor apontado pela «Folha de S. Paulo» para a operação fica um pouco abaixo do que estimavam os analistas do Espírito Santo Research (ESR).

No mercado existem ainda rumores de que também a francesa Carrefour estaria interessada nos activos de distribuição da Sonae naquele mercado. Recentemente, o grupo vendeu à empresa europeia, por 114 milhões de euros (317 milhões de reais), 10 hipermercados na capital paulista, cujo valor de facturação foi de 163 milhões de euros por ano (455 milhões de reais).

O presidente da Sonae, Belmiro de Azevedo, negara recentemente qualquer negociação para vender a rede de 141 supermercados, mas admitiu avançar para uma possível venda se recebesse «uma proposta irrecusável».

O Grupo Sonae chegou ao Brasil em 1990, ano em que comprou 50% da rede gaúcha de supermercados Real. Em 1997 adquiriu a totalidade do controle e no ano seguinte comprou o Cândia (SP) e o Mercadorama (PR). Em 1999, o grupo português fez novos investimentos no Rio Grande do Sul, com a compra das redes Nacional e Exxtra Econômico, e no Paraná, com a aquisição do Coletão e do Mufattão. Apesar da política agressiva de aquisições, no Rio Grande do Sul a Sonae não conseguiu dar a volta ao seu principal concorrente, a rede gaúcha Zaffari, que embora seja mais pequena tem apresentado taxas de crescimento mais elevadas que os portugueses nos últimos anos.