UGT diz que queda do desemprego é sazonal e artificial

A central sindical denuncia, pela voz do seu secretário-geral, João Proença, que estes dados são «pontuais». Já «os dados do Banco de Portugal, hoje divulgados, mostram que a situação económica em Portugal continua a merecer preocupação, o crescimento económico é muito reduzido e com isto é evidente que o crescimento do emprego continuará a ser muito reduzido».

Além disso, «é possível que haja alguma sazonalidade. Normalmente, a partir do mês de Março, o emprego registado pelo EFP cresce, por uma maior actividade em sectores como a agricultura, o turismo e a construção civil e depois, quando chega ao fim do mês de Agosto, o desemprego sobe aceleradamente», lembra. Mas, mesmo analisando os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a UGT garante que «continua a crescer o número de desempregados que se inscrevem nos centros de emprego, o que significa que continua a crescer o encerramento de empresas».

Mas os números reflectem também os estágios profissionais que hoje já abrangem mais de 20 mil trabalhadores. «Um trabalhador, quando está em estágio profissional, não tem um emprego, mas também não está inscrito como desempregado. É um emprego temporário que, acabado o estágio, regressa ao centro de emprego como desempregado».

Já para o ministro do Trabalho e Solidariedade Social, os sinais podem ser ténues, mas são positivos. E isso é melhor que nada.

Também presente na apresentação do Livro Verde sobre as Relações Laborais, Vieira da Silva admite que «continuamos a ter um problema sério de desemprego», mas sublinha que «a evolução mais recente tem aspectos positivos e isso é melhor que aspectos negativos».

Mas, não tenhamos ilusões: «o problema só se resolverá quando a economia inverter a situação de estagnação e voltar a registar uma taxa de crescimento significativa».