Sector dos seguros passa de lucros a prejuízo de 9 milhões - TVI

Sector dos seguros passa de lucros a prejuízo de 9 milhões

  • Rui Pedro Vieira
  • 24 jun 2009, 14:30
Seguros

Resultado líquido sofre queda de 700 milhões num ano

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O sector segurador apresentou um resultado financeiro líquido de menos 8,860 milhões de euros em 2008, valor que contrasta com os lucros registados em 2007, da ordem dos 668,6 milhões de euros.

O Ramo Vida apresentou 15 milhões de euros de prejuízos, que também contrasta com os 388,2 milhões de euros do ano anterior, dado ser a área mais sensível aos mercados financeiros.

O Ramo Não Vida registou 154,6 milhões de euros de lucros, mesmo assim abaixo dos 336,8 milhões de euros.

Prémios nos seguros devem cair 4,4% este ano

Sobre estes resultados, o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), Pedro Seixas Vale, explicou, em conferência de imprensa, que os dados estão intimamente ligados à má conjuntura dos mercados. Apesar dos resultados negativos, a grande maioria das empresas do sector apresentaram resultados positivos.

Além do novo plano de contas, a justificação para esta descida prende-se, sobretudo, com a redução dos resultados financeiros.

«Não há risco sistémico»

O volume de negócios foi, no ano passado, de 15 mil milhões de euros e os activos geridos pelas seguradoras ascenderam a 50 mil milhões de euros, dos quais 12 mil milhões se referem à gestão de aplicações efectuadas em Planos de Poupança Reforma.

«A primeira conclusão de 2008 é que o modelo de negócio do sector segurador é robusto. Não houve problemas de liquidez e houve uma melhoria de imagem do sector segurador. Soube-se gerir e repartir os riscos», sustentou esta quarta-feira.

Pedro Seixas Vale disse ainda que houve uma melhoria da imagem do sector segurador, que, «de um modo geral, não teve nenhum apoio institucional nem nenhum apoio económico». E diz mais: a área está melhor do que outras para enfrentar a crise.

«O sector não apresenta risco sistémico», acrescentou no encontro com jornalistas que decorreu na sede da associação, em Lisboa.

Supervisão a mais

Sobre o estado do sector, Pedro Seixas Vale disse ainda que, com esta crise financeira, os seguros têm de responder a uma supervisão múltipla.

Além do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), a actuação tem de passar também pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e o Banco de Portugal.

Algo que não é bem entendido pela APS: «É mais fácil atender a só um. Passa a ser mais burocrático», sustentou.
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