UGT: congelamento de salários vai espoletar crise social

A UGT deixou esta terça-feira um aviso ao Governo: o congelamento salarial na função pública pode causar uma onda de contestação que mergulhará o país numa crise social.

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O alerta foi deixado pelo secretário-geral da central sindical, João Proença, após o encontro com o primeiro-ministro para discutir as medidas da actualização do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).

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O sindicalista considerou «totalmente inaceitável» a antecipação de que os salários ficarão congelados até 2013.

Mas para João Proença o PEC tem outros defeitos, sacrificando excessivamente a classe trabalhadora. «O sacrifícios têm de ser igualmente distribuídos, e quer na área das receitas quer na das despesas há uma grande incidência sobre os trabalhadores», afirmou.

O Governo reúne-se durante esta terça-feira com as centrais sindicais e as associações patronais para apresentar o PEC. Na segunda-feira foi a vez dos partidos políticos.

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Também o seretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, falou à saída do encontro com o chefe do Governo.

Além de criticar a inexistência de metas directas para redução do défice e para o crescimento económico, o sindicalista considera que «as propostas apresentadas para as políticas sociais mostram que são os mesmos de sempre a pagar a factura».

Mais, Carvalho da Silva alerta também que este PEC inicia um «caminho perigoso de redução das condições de protecção social dos portugueses».

Já o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), António Saraiva, preferiu lembrar que «este documento não é um documento final» e que o mesmo «espera os contributos dos parceiros sociais e dos partidos da oposição» para se enriquecer. Saraiva considera que este PEC «tem de ser mobilizador da sociedade» e que «é necessário consenso». «Quanto maior o consenso, mais depressa conseguiremos alcançar os objectivos».