Petrobras planeia iniciar exploração do campo de Tupi em 2008

A estatal brasileira Petrobras planeia iniciar em 2008 a produção no campo de Tupi, participado pela portuguesa Galp Energia, na Bacia de Santos, noticia esta quinta-feira a imprensa local, avança a «Lusa».

A primeira fase de exploração inclui o chamado teste de longa duração, que vai durar aproximadamente seis meses, com uma produção diária entre 30 mil barris/dia e 40 mil barris/dia.

«Queremos iniciar o teste de longa duração no final de 2008. Teremos que correr contra o tempo, mas vamos acelerar todo o processo. O projecto-piloto está previsto para ser iniciado entre 2009 e 2010», disse o director de Exploração e Produção da Petrobras, Guilheme Estrella.

A estatal brasileira já está a avaliar navios de médio porte em final de construção disponíveis no mercado para utilização nos testes iniciais do campo de Tupi.

Depois do chamado teste de longa duração, está prevista a instalação de um projecto-piloto, com uma produção de 100 mil barris/dia durante dois anos.

O projecto incluiu igualmente a construção de um gasoduto para ligar o campo de Tupi às infra-estruturas já existentes na Bacia de Santos.

O Tupi deverá produzir cerca de um milhão de barris por dia, mais de metade da actual capacidade de produção da Petrobras, segundo os primeiros trabalhos exploratórios feitos no campo.

O campo deverá ainda produzir perto de 33 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

A produção petrolífera estimada equivale a mais de metade do que produz actualmente a Petrobras (1,9 milhões de barris), e a de gás iguala o previsto no contrato de importação desta matéria-prima da Bolívia para o Brasil.

A Galp detém uma participação de 10 por cento no bloco (BM-S-11), onde se situa o campo de Tupi, que em meados de Novembro foi palco do anúncio da maior descoberta de petróleo do mundo - entre 5 mil milhões e 8 mil milhões de barris de reservas recuperáveis de petróleo e gás natural.

Tendo em conta a sua participação, a Galp teria direito a 650 milhões de barris, o equivalente ao actual consumo português durante 6 a 7 anos, caso as reservas se fiquem pelo valor médio de 6,5 mil milhões de barris.

Já depois desta descoberta, consórcios participados pela Galp Energia adquiriram sete blocos exploratórios, um na bacia de Campos, um na bacia de Santos e três na bacia de Pernambuco-Paraíba.