Qimonda: gestor judicial reúne-se segunda com ministro da Economia - TVI

Qimonda: gestor judicial reúne-se segunda com ministro da Economia

Qimonda

Novo investidor não suporta dívidas acumuladas

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A multinacional alemã Qimonda vai encerrar «inevitavelmente» se até Março o gestor judicial da empresa, Machael Jaffé, que se reunirá segunda-feira em Lisboa com o ministro da Economia, Manuel Pinho, não encontrar um investidor.

«Actualmente estamos a fazer o possível para eventualmente impedir o encerramento da Qimonda e já houve o interesse de investidores, mas num âmbito reduzido», alerta Machael Jaffé, avança a Lusa.

O governo português reconhece que tem «feito tudo o que é possível» e tem estado a acompanhar «muito de perto» o processo para impedir o encerramento da Quimonda Portugal, a unidade do grupo alemão instalada em Vila do Conde.

A visita do gestor, nomeado pelo Tribunal de Dresden, servirá também para «explicar a situação da falência» aos trabalhadores da empresa alemã em Portugal.

Situação é mais grave

A ameaça de colapso do único produtor europeu de semicondutores é «mais grave» do que até agora era conhecido, disse a um jornal alemão o gestor judicial nomeado para a empresa.

«Já sabemos que o Governo português continua empenhado em salvar a Qimonda e consideramos as conversações que vamos ter em Lisboa com os seus representantes um aspecto muito importante da nossa actividade», afirmou o porta-voz da empresa Sebastian Brunner.

Em Dezembro do ano passado, o governo tinha acertado a concessão de um financiamento de 100 milhões de euros para a Qimonda Portugal, situada em Vila do Conde.

O montante, desbloqueado por um consórcio de bancos liderado pela Caixa Geral de Depósitos, juntou-se aos 150 milhões de euros a outorgar pelo governo da Saxónia e aos 75 milhões da Infineon, o principal accionista da empresa.

Mas a 23 de Janeiro, a casa-mãe da Qimonda, na Alemanha, declarava falência no Tribunal Administrativo de Munique, surpreendendo o governo português.

Na ocasião, o ministro da Economia garantiu o Estado não gastou «um único cêntimo» da verba comprometida e que estava sobretudo preocupado com a situação dos trabalhadores, e que faria tudo para «salvar a Quimonda em Vila do Conde», mas tudo dependeria de investidores estrangeiros.

A multinacional europeia emprega 12 mil pessoas em todo o Mundo. Na Alemanha, a força de trabalho inclui 1.400 funcionários na sede, em Munique, e outros 3.200 na principal unidade de produção, em Dresden.

A unidade de Vila do Conde, que emprega perto de dois mil trabalhadores, é o maior exportador do tecido empresarial em território português e assegura cinco por cento do Produto Interno Bruto do país.

A ameaça de colapso é «mais grave do que até agora era conhecido», garantiu advogado nomeado pelo tribunal de Dresden para gerir a falência declarada a 23 de Janeiro.

O governo e os partidos da oposição mostraram a sua preocupação com a consequência no emprego e na economia do fecho da unidade de Vila do Conde, sabendo-se que a falência em curso declarada pela casa-mãe na Alemanha vai levar à rescisão de contratos, reduzir custos administrativos, apesar de manter o património para ser mais facilmente vendida.

«O novo investidor não suporta dívidas acumuladas», disse o gestor judicial da Quimonda, adiantando que «o produto à venda é apetecível».
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