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Itália quer atrair mais investimento português

Itália

Bancos nacionais poderão desempenhar papel importante no processo de concentração bancária italiana

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Itália gostaria de atrair mais investimento português, em particular no sector financeiro e no turismo, disse à «Lusa» o encarregado de negócios da embaixada italiana em Lisboa.

Giovanni Brignone considera que o Banco Espírito Santo (BES), que já tem um escritório de representação em Milão, «tal como outros grandes bancos portugueses», poderia «desempenhar um papel importante no processo de concentração bancária», actualmente em curso em Itália.

O BES manifestou já a intenção de conseguir uma «presença mais forte» no mercado italiano, dentro da sua estratégia de internacionalização.

Espaço para mais

Os maiores investidores portugueses em Itália foram, no último ano, o BES e a Sonae Sierra, na gestão de centros comerciais, mas o diplomata considera que «há espaço para mais».

Os grandes grupos portugueses do sector hoteleiro, como o Pestana, Vila Galé ou Espírito Santo Turismo, são igualmente «bem vindos» a Itália, que, no último ano, perdeu a posição de terceiro maior destino turístico mundial, passando para o 5º lugar.

Itália continua a ser um dos grandes receptores mundiais de turistas, mas a actividade está «muito concentrada em Roma», pelo que existe muita margem para desenvolvimento de projectos turísticos no resto do país, «especialmente no Sul e na reconversão de empreendimentos já existentes».

Os grupos portugueses de Turismo são apreciados pelo «elevado know-how, em particular, no que diz respeito ao turismo eco-sustentável».

Comércio

Quanto às trocas comerciais, desfavoráveis a Portugal, desde os últimos dados, de 2002, Giovanni Brignone aconselha os exportadores portugueses a apostarem em produtos destinados a segmentos altos do mercado.

«O calçado português, por exemplo, está a fazer uma aposta vencedora na gama alta e tem demonstrado um bom comportamento em Itália», assegurou, indicando que os sapatos portugueses «têm actualmente, no mercado italiano, o segundo preço unitário mais elevado».

Em 2007, Portugal comprou a Itália mercadorias no valor de 2,9 mil milhões de euros e vendeu menos de metade, 1,4 mil milhões de euros, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O défice comercial com Itália tem-se mantido constante desde, pelo menos, 2003, quando as entradas de produtos italianos em Portugal totalizaram 2,675 mil milhões de euros e as vendas de produtos portugueses se ficaram pelos 1,334mil milhões de euros.

Os principais produtos trocados no comércio bilateral são as máquinas e equipamentos e, enquanto, a maior exportação italiana para Portugal são os químicos e medicamentos, no sentido inverso, são os têxteis.
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