Para o administrador da GreenCyber, Pedro Sampaio Nunes, os biocombustíveis são a única via para se resolver o problema da dependência da Europa de energia fóssil e vai contra aqueles que criticam esta fonte alternativa, defendendo que não se torna mais cara. Mas não se fica por aqui. O responsável, que está ligado ao sector há várias décadas, critica o Governo por querer aplicar o Imposto Sobre Combustíveis (ISP) nos produtos biológicos.
«O ISP foi criado para restringir a procura e provocar a criação de outras fontes. Os biocombustíveis pagam um imposto que foi criado para eles aparecerem. Qualquer imposto é bom para o Estado ir buscar dinheiro neste momento», afirmou Sampaio Nunes, numa conferência intitulada «a crise mundial dos alimentos», promovida pela Associação Comercial de Lisboa (ACL).
Quanto ao preço que estas fontes alternativas acarretam, o responsável acredita que estes «já são competitivos no seu ciclo de produção e não necessitam de subsídios».
«É uma grande falácia dizer-se que os biocombustíveis são mais caros nos níveis de agora porque já são mais baratos», comentou.
O administrador da GreenCyber explicou ainda que, dos custos actuais do biodiesel 0,56 euros por litro são impostos. Sem o ISP, o valor de venda é de 1,02 euros/litro contra os 1,2 euros/l do gasóleo.
No caso do bietanol, sustenta o mesmo, esse valor é de 0,94 euros/l. o valor sem ISP é de 0,85 contra 1,4 da gasolina mineral e de 0,66 se excluirmos os direitos aduaneiros.
«Os biocombustíveis são a resposta imediata à carência de petróleo e às emissões de gases no sector dos transportes. Para isso, os Governos têm que dar o mesmo apoio que é dado às renováveis para a produção de electricidade», concluiu Sampaio Nunes, sublinhando que esta pode ser a via para combater a fome no mundo e reduzir a pobreza.
«Qualquer imposto é bom para o Estado ir buscar neste momento»
- Marta Dhanis
- 26 set 2008, 16:39
ISP não deveria ser aplicado nos biocombustíveis, defende especialista
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