Banco de Américo Amorim e Isabel dos Santos só estará operacional em 2008 - TVI

Banco de Américo Amorim e Isabel dos Santos só estará operacional em 2008

Mira Amaral [Arquivo]

O banco que Américo Amorim e Isabel dos Santos, filha do Presidente de Angola, vão abrir em Portugal só deverá arrancar no primeiro trimestre de 2008, disse à «Lusa», em Luanda, Mira Amaral, que presidirá à futura instituição bancária.

A autorização para lançar o projecto foi pedida «há cerca de dois meses» e o Banco de Portugal tem, teoricamente, seis meses para a emitir mas, entre «ter a autorização concedida e montar o sistema, não é realista que antes do primeiro trimestre do próximo ano o banco possa arrancar», explicou.

Mira Amaral, que foi responsável, enquanto administrador do BPI, pelo Banco de Fomento de Angola, abandonou as funções de consultor que actualmente exercia no grupo financeiro português para aceitar, como confirmou à agência, o convite dos accionistas do Banco Internacional de Crédito (BIC) de Angola.

«Fiquei muito sensibilizado, para mim é um desafio interessante e estimulante, dado que eu conheço a banca de Angola», acrescentou.

O projecto para abrir em Portugal um banco com os mesmos accionistas do BIC Angola foi anunciado em Abril, por Fernando Teles, seu presidente e accionista, quando da comemoração do segundo aniversário do banco.

Enquanto aguarda a autorização das autoridades portuguesas para a constituição do banco, o futuro presidente da instituição iniciou «os contactos informais com o BIC». O BIC em Portugal vai ter um capital de 15 milhões de euros, tendo Américo Amorim, Isabel dos Santos e Fernando Teles (presidente do BIC Angola) como os principais accionistas.



Não está prevista a entrada de novos accionistas

«No fundo, a mesma estrutura accionista do banco BIC é a que faz o novo banco em Portugal», adiantou Mira Amaral.

Em relação à possibilidade de entrada de outros accionistas no capital do banco em Portugal, referiu que esta «não está prevista».

O BIC Angola, com um capital social actualmente de 30 milhões de dólares e detido em 25 por cento pelo empresário português Américo Amorim e participação idêntica pela filha do presidente José Eduardo dos Santos, tornou-se em dois anos a terceira maior instituição de crédito do País.

Até Abril passado o banco já tinha conseguido atingir 88,5 milhões de dólares de fundos próprios, quando em Dezembro de 2005 tinha apenas 11,62 milhões.

A constituição de instituições de crédito em Portugal depende de autorização a conceder, caso a caso, pelo Banco de Portugal, que, nos termos da lei, deve notificar os interessados no prazo de seis meses a contar da recepção do pedido ou a contar da recepção das informações complementares solicitadas aos requerentes, mas nunca depois de decorridos 12 meses sobre a data da entrega inicial do pedido.

Pode ainda haver intervenção da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), com o Banco de Portugal, a solicitar informações sobre a idoneidade dos accionistas, sempre que o objecto da instituição de crédito compreender alguma actividade de intermediação de valores mobiliários.
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