Economistas contra subida dos salários - TVI

Economistas contra subida dos salários

Dinheiro

Economista dizem que referência do crescimento dos salários é o ganho de produtividade

Relacionados
Para compensar a perda de poder de compra que as famílias têm vindo a suportar, devido à subida da inflação e à estagnação de salários, os sindicatos começaram ontem a reivindicar aumentos salariais para 2009, acima da inflação registada este ano. Contudo, os economistas sublinham que nem no sector público, nem no privado, haverá margem para atender aos pedidos dos trabalhadores.

«Não há margem para grandes actualizações salariais nem no sector público, nem no privado», defende Ivo Banaco, economista do Espírito Santo Research, avança o «Diário Económico».

No último ano as famílias foram confrontadas com um aumento dos preços: combustíveis, alimentação e juros estão mais caros, limitando o poder de compra, já que os salários não têm acompanhado estas subidas. «Nos últimos três anos, o crescimento real médio dos salários foi zero», aponta Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP.

A central sindical propõe uma actualização salarial de dois pontos percentuais acima da inflação registada este ano. Já o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado apresentou ontem uma proposta de 4% de aumento para a função pública. A Frente Comum apresenta hoje a sua reivindicação, que «deverá ser sempre superior a 4%», avançou a dirigente sindical, Ana Avoila.

No entanto, os economistas sublinham que não é apenas a inflação e o poder de compra que devem nortear as actualizações salariais. «A referência do crescimento dos salários é o ganho de produtividade», explica João Ferreira do Amaral, economista e professor do ISEG. «Só se a produtividade melhorar haverá margem para subir os salários, tanto no sector público como no privado», acrescenta. Nos últimos três anos a produtividade registou um ganho de cerca de 1,4 pontos, acima do crescimento real médio dos salários, um salto ainda insuficiente para melhorar a competitividade das empresas portuguesas.

Para Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, «até poderá haver margem orçamental para subir os salários da função pública, mas esse não seria o sinal mais certeiro».
Continue a ler esta notícia

Relacionados