Airplus desiste da Televisão Digital Terrestre paga

[Notícia actualizada às 15:20]

A Airplus, candidata à Televisão Digital Terrestre (TDT) paga que perdeu para a Portugal Telecom, desistiu de usar a via judicial para contestar a decisão que dá preferência à operadora de Zeinal Bava. E vai extinguir-se em Portugal.

Esta foi a reacção da empresa depois de se saber que o Tribunal Administrativo de Lisboa (TAL) entendeu, no âmbito da providência cautelar, não suspender a execução das decisões finais sobre o concurso para a plataforma pay-tv da televisão digital terrestre (TDT).

«Apesar de a acção principal não ser afectada e de a Airplus poder recorrer desta decisão do TAL, a Airplus decidiu não o fazer. É tempo de o projecto TDT poder seguir o seu rumo, sem constrangimentos ou incógnitas judiciais», refere a empresa.

A Airplus elogia ainda a sua oferta para o referido concurso e lembra que saiu vencedora em quatro dos sete critérios de avaliação que, no entender da mesma, são «os mais importantes»: qualidade e diversidade dos canais, conteúdos portugueses e interoperabilidade de plataformas.

«Por razões insondáveis, viu-se preterida na escolha final, pelo que entendeu dever recorrer à via judicial com vista à sua suspensão e impugnação», acrescenta, sublinhando que, uma vez que o Tribunal Administrativo de Lisboa decidiu, porém, negar a suspensão requerida, «a alegação da Airplus só poderia ser regulada na acção principal (de impugnação), com uma previsível espera de dois ou mais anos».

Por fim, a concorrente à TDT paga diz que não pretende ser «um litigante hostil ao Estado português nem um actor indesejado no cenário audiovisual» e, como tal, sai da corrida «com fair-play».

«Já não há nada a fazer»

O presidente da empresa disse, por sua vez, à agência Lusa que a existência de uma filial portuguesa da empresa sueca deixa de fazer sentido, já que a mesma foi criada para o concurso da TDT.

«Na verdade a Airplus TV Portugal ainda não tinha sido constituída completamente. Era uma sociedade estabelecida mas não corporizada, o que só iria acontecer quando começasse a exploração», explicou Luís Nazaré.

Questionado sobre outros possíveis projectos ou objectivos para a empresa, o responsável disse que não existem e que, com a sua saída de cena, «já não há nada a fazer, a Airplus desaparece em Portugal».