Jardim contesta Cavaco Silva - TVI

Jardim contesta Cavaco Silva

  • Portugal Diário
  • 11 out 2007, 08:32

Presidente do Governo Regional da Madeira não gostou das últimas declarações

Alberto João Jardim repudiou em Bruxelas a posição do Presidente da República, Cavaco Silva, que segunda-feira defendeu que os desafios das regiões autónomas passam mais pela concretização das políticas adoptadas do que pela consagração de novas competências e poderes, informa a agência Lusa.

«Discordo em absoluto» e «repudio esta posição do Presidente da República», disse o presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira quarta-feira, no final de um jantar de confraternização do PSD-Bruxelas.

Recorde-se que o Presidente da República defendeu segunda-feira que os desafios das autonomias dos Açores e da Madeira passam mais pela concretização das políticas adoptadas do que pela consagração de novas competências e poderes para as Regiões Autónomas.

Jardim sustenta que, com base nas reservas relativas de competência da Assembleia da República, continua a jurisprudência e a própria doutrina a impedir que as Regiões tenham de facto os direitos que conquistaram na última revisão constitucional: «O senhor Presidente da República tem é que respeitar a opinião dos povos insulares não são os povos insulares que têm de ir atrás da opinião do senhor Presidente da República».

Cavaco Silva afirmou no início da semana que «os órgãos de governo próprio dos Açores e Madeira dispõem, actualmente, de um "vasto conjunto de atribuições e competências». «Espero que não faça declarações desse género na Madeira», retorquiu Jardim.

Apoio a Menezes

Na mesma ocasião, Alberto João Jardim aproveitou para anunciar que o novo líder do PSD pode contar com a lealdade da estrutura do partido na Madeira, desde que Luís Filipe Menezes seja ele também leal com o PSD-Madeira.

«A posição do meu partido na Madeira é de lealdade seja quem for o líder desde que não haja quebras de lealdade por parte do líder», avisou, frisando: «Não discutimos José, Manuel ou Francisco. De há 30 anos para cá, de facto, a qualidade da classe política, nomeadamente dentro dos partidos, é hoje muito inferior».

Jardim assegurou que isso não se aplica a Meneses: «Falta de qualidade não tem, porque um indivíduo que consegue ganhar um partido falta de qualidade não tem. Estou a falar na classe política no seu conjunto».
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