PSD vai abster-se na moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega - TVI

PSD vai abster-se na moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega

Luís Montenegro discursa no encerramento do 40.º Congresso Nacional do PSD (Lusa)

Partido informou que deliberação foi tomada “pela Comissão Permanente Nacional do PSD e remetida à direção do Grupo Parlamentar do PSD”

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O PSD anunciou esta terça-feira que se vai abster na votação da moção de censura apresentada pelo Chega contra o Governo e que vai ser discutida esta quarta-feira na Assembleia da República.

Lembre-se que este domingo, o recém-lider do PSD Luís Montenegro adiantou não querer perder tempo com "discussões estéreis de esquerdas e direitas", nem tão pouco "de linhas verdes ou linhas vermelhas".

Montenegro adiantou querer reformar o país e apresentar alternativas ao PS mas não quis revelar a posição do PSD face à moção de censura.

Em comunicado, o PSD informa que a deliberação foi tomada “hoje pela Comissão Permanente Nacional do PSD e remetida à direção do Grupo Parlamentar do PSD”. “Informa-se que a bancada do PSD se irá abster na votação da moção de censura que será discutida esta quarta-feira”, refere a nota à imprensa.

Recorde-se que na sexta-feira, o presidente do Chega, André Ventura, anunciou a apresentação de uma moção de censura ao Governo, uma iniciativa que está à partida chumbada uma vez que o PS dispõe da maioria absoluta dos deputados na Assembleia da República.

O presidente do Chega tinha esta terça-feira desafiado PSD e IL a votarem a favor da moção de censura ao Governo, considerando, no caso dos sociais-democratas, que só esse sentido de voto seria coerente com as palavras novo líder no Congresso.

Com o anúncio quer do PSD quer da IL de que optarão pela abstenção, o partido liderado por André Ventura deverá ficar isolado no voto favorável à censura ao Governo.

À hora de almoço, Ventura disse, que depois de ter ouvido o novo líder do PSD, Luís Montenegro, no Congresso do partido (que decorreu no fim de semana) ficou “com a convicção de que o PSD acompanhará a moção de censura do Chega”.

“Sobretudo depois do que ouvimos no congresso do PSD, de críticas reiteradas, mas sobretudo das palavras de Luís Montenegro de que tinha de ser demitido o ministro das Infraestruturas”, apontou.

Moção de Censura

No texto da moção de censura, o Chega justifica a iniciativa dizendo que o país está “perante um Governo sem estratégia” e que “os escassos meses do XXIII Governo Constitucional foram já prova bastante da sua falta de capacidade e organização”.

Em concreto, o Chega identifica três situações que o executivo “se tem mostrado incapaz de resolver: caos na saúde; crise nos combustíveis; completa falta de articulação no seio do Governo e desautorização e fragilização extrema de alguns ministros”.

E aponta que a situação em torno do novo aeroporto de Lisboa foi “a gota de água”, considerando que “por bem menos do que esta absoluta confusão institucional, o então Presidente da República, Jorge Sampaio, dissolveu a Assembleia da República na XIX legislatura”.

Chega e PSD em entrevista na CNN Portugal

Em entrevista à CNN Portugal a deputada do Chega Rita Matias tentou obter esta terça-feira uma resposta por parte do partido, mas o vice-presidente não lhe deu saída.

A deputada disse acreditar que o PSD iria "naturalmente" votar a favor da moção de censura ao Governo, enumerando alguns dos pontos em que o PSD e o Chega estão de acordo. Rita Matias disse ainda que, caso contrário, o PSD será apenas "o PSD de Rui Rio". Na mesma entrevista António Leitão Amaro, recém eleito vice-presidente do PSD, disse que partido "não é, nem será uma muleta do PS, assim como de nenhum outro partido".

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