Certificados de reforma públicos vão concorrer com PPRs - TVI

Certificados de reforma públicos vão concorrer com PPRs

Investimento público desce em 2007

Os clientes irão optar pela oferta de mercado que for mais competitiva»

A maioria das companhias de seguros encaram o regime público de capitalização como mais um concorrente no mercado das soluções de reforma, mas reconhecem que o facto de o Estado estar a promover a poupança contribuirá para o desenvolvimento do mercado.

«Os clientes irão optar pela oferta de mercado que for mais competitiva e que lhes possa trazer mais vantagens. Nesse sentido, estes PPRs irão competir com a restante oferta existente no mercado, sem dúvida», disse Rita Sambado, da Fidelidade Mundial e da Império Bonança, à agência «Lusa».

«É mais um PPR no mercado, com a vantagem de que pelo facto do Estado estar a promover a poupança para a reforma, a consciencialização individual irá aumentar, factor que trará benefícios a todas as entidades comercializadoras de soluções de reforma», adiantou Rita Sambado.

Também Paulo Balsa, administrador da Companhia de Seguros Açoreana, sublinhou à Lusa que os certificados públicos de reforma «será mais um concorrente, que permitirá ao consumidor ter um leque mais alargado de escolha na construção das poupanças futuras».

Paulo Balsa considerou ainda que a crescente consciencialização por parte dos clientes da importância de acautelarem o seu rendimento na reforma, face às expectáveis reduções na taxa de reposição de rendimentos, contribuirá para um desenvolvimento global do mercado.

PPR¿s actuais são mais flexíveis

Ana Paulo, responsável pelo negócio Vida da Zurich Portugal, tem uma opinião diferente, tendo em conta que não considera que estes certificados venham a concorrer com os actuais PPRs, pois estes últimos «são bastante mais flexíveis e mais transparentes para os clientes».

«O regime público de capitalização é mais um instrumento de aforro com o objectivo de complementar as reformas futuras, tendo em conta que as reformas garantidas pela Segurança Social decresceram e eventualmente irão decrescer ainda mais, o Estado permite deste modo o reforço da capitalização de cada cidadão», sublinhou Ana Paulo à agência «Lusa».

O regime público de capitalização, que entra em vigor sábado, é um mecanismo de fomento à poupança e que vai permitir aos subscritores ter uma pensão mais elevada na altura da reforma.

Este novo regime, previsto na Lei de Bases da Segurança Social, é um regime de capitalização, de adesão individual e voluntária, cuja organização e gestão é da responsabilidade do Estado.

O Governo sempre disse que os certificados de reforma eram um instrumento de poupança de natureza diferente e que não pretendiam concorrer com os PPRs do sector privado.

Exemplo disso foi o facto de o Orçamento de Estado para 2008 ter permitido a acumulação dos benefícios fiscais de ambos os produtos.

As companhias de seguros contactadas pela Lusa entendem que o mercado português já disponibiliza soluções muito interessantes de poupança reforma.

A Fidelidade Mundial e a Império Bonança referem mesmo que os certificados públicos não trazem «grandes novidades», no que se refere às características e às vantagens para os subscritores.

«Trata-se de mais um PPR, idêntico a muitos outros já existentes na oferta actual de mercado, com a diferença de que este é gerido pelo Estado», sustentam as seguradoras do Grupo Caixa Geral de Depósitos.
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