Urgências do Curry Cabral vão manter-se

O ministro da Saúde anunciou esta terça-feira a intenção de manter aberta a urgência do hospital Curry Cabral, Lisboa, pelo menos até estar em funcionamento o novo hospital de Loures, contrariando a comissão técnica, que previa o seu encerramento.

«Não estou nada motivado para fazer encerramento nenhum em Curry Cabral. Bem pelo contrário, estou motivado para, até à abertura do novo hospital de Loures, manter as coisas sensivelmente como estão», disse o ministro à TSF.

Um relatório encomendado pelo Ministério da Saúde a uma comissão técnica de saúde e divulgado a 01 de Fevereiro propunha o encerramento de 14 urgências hospitalares, entre as quais a do Curry Cabral.

Esta proposta já tinha motivado protestos das Comissões de Base de Saúde de Loures, já que o hospital Curry Cabral serve as populações da zona ocidental daquele concelho, nomeadamente das freguesias de Camarate, Santa Iria de Azóia, Moscavide, Unhos, Apelação, Sacavém, Portela, Bobadela, Prior Velho e São João da Talha.

Agora, o ministro disse à TSF que não pretende encerrar a urgência do Hospital Curry Cabral, nomeadamente porque dispõe de uma valência peculiar, a «ortopedia a quente», que permite fazer a «intervenção logo na hora» em vez de o doente ter de deixar «arrefecer» a fractura e regressar «uma semana» depois.

Correia de Campos sublinhou ainda que existem outros casos em que a tutela não vai seguir as recomendações da comissão técnica responsável pelo estudo da reestruturação da rede de urgências.

«Em Chaves mantivemos a urgência médico-cirúrgica, tal como agora no protocolo de Mirandela, por razões de interioridade e dificuldades e também porque queremos dar um estímulo a esses hospitais para entrarem decisivamente para a cirurgia ambulatória», afirmou.

Correia de Campos apontou também o exemplo de Macedo de Cavaleiros, onde foi criado um «serviço de urgência básica, que não estava previsto».