Buraco do BPN pode chegar aos 2.400 milhões

O buraco do BPN poderá chegar aos 2.400 milhões de euros. São mais 600 milhões de euros do que as perdas apontadas pelo Governo no início do ano.

A TVI teve acesso a um parecer interno do Banco de Portugal, de Março deste ano, que tem por base um relatório da auditora Deloitte, no qual são enumeradas potenciais perdas no BPN, que pode chegar aos 2.400 milhões de euros.

Veja aqui a reportagem da TVI (vídeo)

Estes dados indicam que aos 1800 milhões de euros de prejuízos apontados pela administração do banco, em Fevereiro, somam mais 600 milhões de eventuais perdas.

Veja aqui as primeiras reacções

No relatório do Banco de Portugal pode ler-se que «o valor total de imparidades (1,8 mil milhões de euros) não incluir ainda diversos passivos pode vir a traduzir-se em perdas para o grupo BPN, dos quais se destaca a exposição a produtos da SLN, SLN Valor e participadas do grupo.

De acordo com os documentos a que a TVI teve acesso, 272 milhões de perdas potenciais vêm da exposição a produtos da SLN, onde está o papel comercial da SLN Valor, 26 milhões de euros de investimentos do Banco Efisa, 173 milhões de exposição a fundos de investimento imobiliários do grupo SLN, 54,8 milhões da exposição a títulos detidos pela Real Vida e pelo BPN e 40 milhões de euros relativos às moedas do Euro 2004 detidas pelo BPN. Tudo somado, e se estas perdas se vieram a verificar, o buraco financeiro do banco chega aos 2.365 milhões de euros.

Numa outra nota informativa do Banco de Portugal, lê-se que ainda que Deloitte recomenda que o BPN faça uma provisão para pagar a exposição aos produtos da SLN, onde está incluído o papel comercial da SLN Valor.

«Tendo em conta que estes produtos poderão ter sido vendidos a clientes, pelos balcões do BPN, com capital e juro garantido, a Deloitte recomenda a constituição de uma provisão genérico para esta contingência», admitindo responsabilidade do banco nesta matéria.

BdP recomenda que se peça ao BPN comentário às imparidades detectadas

No final do parecer, a que a TVI teve acesso, os serviços bancários do Banco de Portugal recomenda que se peça ao BPN um comentário às imparidades detectados e que o banco explique quando e como as vai reflectir nas contas da instituição.

Questionado o Banco de Portugal, fonte oficial diz que as imparidades que estão registadas nas contas do BPN são aquelas que os auditores aprovaram.

Estas dúvidas do Banco de Portugal vêm juntar-se a uma série de reservas colocadas por revisores de contas e auditores às contas do BPN relativas ao ano 2008.

BPN reage e esclarece que contas de 2008 já integram provisões

Confrontado com esta notícia, fonte oficial do banco esclarece que as contas de 2008 já incorporam as provisões consideradas adequadas pelos auditores.

A mesma fonte esclarece que não conhece o documento da instituição liderada por Vítor Constâncio.