«Yes, we can». E, de facto, Obama conseguiu a atenção da Europa - TVI

«Yes, we can». E, de facto, Obama conseguiu a atenção da Europa

«Yes, we can». E, de facto, Obama conseguiu a atenção da Europa

É incontornável falar de muros em Berlim e fazer história nos Estados Unidos e no mundo

É incontornável falar de muros em Berlim e fazer história nos Estados Unidos. Mesmo que Barack obama não seja eleito presidente dos EUA, já fez certamente história a nível interno e conquistou o seu espaço mediático a nível externo. O que diz já é ouvido no mundo inteiro. Estarão lá as estrelas jornalísticas a cobrir o acontecimento e a transmiti-lo para o mundo. E terá direito a directos televisivos. De McCain pouco se fala, ou fala-se para se dizer que o New York Times recusou publicar um artigo de opinião do candidato republicano. Coisa impossível por estes lados, onde todos se bateriam por qualquer coisinha escrita para fazer disso manchete.

Mas voltemos aos muros para explicar por que são incontornáveis nos discursos americanos em Berlim. Em 1963, em plena Guerra Fria, John F. Kennedy, apelou aos berlinenses, separados [há dois anos, na altura] por um muro, que se mantivessem unidos. Iriam estar divididos durante 28 anos. Em 1987, 24 anos depois, Ronald Reagan também falou do muro, em Berlim, ao pedir a Gorbachev para o derrubar. Uma mensagem fortíssima. Em 1994, no lado oriental de uma Berlim já reunificada, Bill Clinton dirigiu-se aos berlinenses: «Vocês ganharam a vossa longa luta. provaram que nenhum muro pode conter a força da liberdade».

Barack Obama não é presidente dos Estados Unidos, não é uma estrela rock, mas, no mesmo local onde Reagan e Clinton discursaram, foi esperado e ouvido por 200 mil pessoas. Durante toda a semana, a imprensa alemã apelidou-o de «Kennedy negro». Foi quase um apelo. Os alemães responderam e compareceram para o ouvir, e estiveram lá para repetir, em euforia, o seu slogan de campanha: «Yes, we can».

Claro está, Obama falou de muros. E muitas vezes. E para toda a Europa: «Os muros entre os aliados de longa data, dos dois lados do Atlântico, não podem continuar de pé. Os muros entre ricos e pobres não podem continuar de pé. Os muros entre raças e tribos não podem continuar de pé. Os muros entre cristãos e judeus não podem continuar de pé». Disse à Europa o que a Europa também esperava ouvir.

E se Obama reclama a herança da história dos grandes presidentes americanos, também é certo que caminha para conquistar um lugar para si.
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