Casa Pia: educador confirma abusos - TVI

Casa Pia: educador confirma abusos

  • Portugal Diário
  • 8 jan 2008, 19:39

Julgamento do ex-monitor Arlindo Teotónio

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Paulo R., o educador casapiano recentemente suspenso, confirmou hoje em tribunal que uma das alegadas vítimas lhe revelou ter sido abusada sexualmente pelo ex-monitor Arlindo Teotónio, a responder por 32 abusos sexuais de duas crianças surdas-mudas, escreve a Lusa.

Fonte judicial disse à Lusa que na sessão de hoje do julgamento, que decorre no Tribunal da Boa-Hora (em Lisboa) à porta fechada, que a testemunha Paulo R. reafirmou hoje em julgamento tudo o que já havia relatado em inquérito à Polícia Judiciária e ao Ministério Público (MP) e que consta da acusação.

De acordo com o mesmo relato, o educador de infância suspenso desde Novembro por alegada violação do dever de protecção das crianças disse que o rapaz surdo-mudo lhe revelou que tinha sido abusado várias vezes pelo ex-monitor e que Arlindo Monteiro Teotónio, único arguido no processo, teria tentado também abusar de uma rapariga com a mesma deficiência.

Paulo R., que se fez acompanhar pelo advogado e foi ouvido cerca de uma hora, disse que outra das testemunhas do processo também lhe relatou o sucedido e que mal teve conhecimento dos abusos, em 2001, passou a informação à directora do Lar de São Marçal, pertencente ao Instituto Jacob Rodrigues Pereira, da Casa Pia de Lisboa.

Contudo, um dos cinco jovens surdos-mudos hoje ouvidos pelo colectivo presidido pelo juiz Sérgio Corvacho disse que contou a Paulo R. os abusos sexuais de Arlindo Teotónio ao seu colega mal estes começaram a acontecer, em 1998.

O jovem surdo-mudo contou, através de um intérprete de linguagem gestual, que uma vez acordou cerca da 01:00 da madrugada e foi à casa de banho, onde viu, através da imagem reflectida no espelho, o ex-monitor e o menor juntos semi-despidos e que estes quando perceberam a sua presença ficaram atrapalhados e vestiram-se rapidamente. Outros dos jovens que hoje testemunharam confirmaram em Tribunal que o colega lhes contou ter sido abusado pelo ex-monitor, também surdo profundo.

O educador de infância que hoje testemunhou em Tribunal foi suspenso de funções em Novembro de 2007 (após uma participação da ex-provedora da instituição Catalina Pestana), por factos que indiciavam «violação grave» do dever de protecção das crianças e de alegado abuso sexual de um jovem de 14 anos.
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