São Mamede de Ribatua fica sem bombeiros - TVI

São Mamede de Ribatua fica sem bombeiros

Incêndio (NUNO ANDRE FERREIRA/LUSA)

Alijó: quartel vai fechar portas em março

O quartel dos bombeiros voluntários de São Mamede de Ribatua, em Alijó, fecha definitivamente as portas em

março, por causa da falta de meios humanos e materiais, disse esta quinta-feira o comandante da corporação.

Bruno Marinho comandou os bombeiros de São Mamede de Ribatua durante 20 anos e é «com uma profunda tristeza» que vê fechar as portas do quartel.

O responsável diz que foram vários os fatores que originaram esta situação, destacando, no entanto, a falta de meios humanos.

«Chegámos a ter 40 voluntários connosco. Agora, não há juventude, nem rapazes nem raparigas que queiram ingressar no corpo de bombeiros», frisou. Bruno Marinho fala em «despovoamento».

«O problema é aqui não haver modo de vida e as pessoas terem de procurar trabalho em outros locais», sublinhou.

A isto junta-se a falta de meios materiais e a redução das fontes de receita da corporação.

Em março termina o contrato com o último funcionário, um motorista, sendo que, logo depois, o quartel fecha definitivamente as portas.

A situação não é recente, já se vem arrastando há vários meses. Nos últimos tempos, a corporação fazia apenas transporte de doentes. As ocorrências de incêndios ou acidentes já estão a ser asseguradas pela corporação de Alijó.

Bruno Marinho queixou-se ainda das exigências impostas às corporações, já que, atualmente, um estagiário para chegar a bombeiros necessita de «mais de 380 horas de formação».

«Aqui não conseguimos arranjar número suficiente de pessoas para fazermos a formação, os voluntários teriam que ir todos os dias para outras localidades», acrescentou.

Com quase 100 anos de existência, São Mamede de Ribatua é uma das seis corporações do concelho de Alijó (Pinhão, Cheires, Sanfins do Douro, Favaios e Alijó).

O presidente da Junta de São Mamede de Ribatua, António Taveira, lamentou o encerramento de mais um serviço nesta freguesia, que nos últimos tempos viu fechar também a escola primária e a extensão de saúde local.

«Isto é o resultado de várias situações e uma delas é a política seguida pelos últimos governos, sem exceção, em relação ao interior», salientou.
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