Ministra «ensina» hospitais a poupar - TVI

Ministra «ensina» hospitais a poupar

Ana Jorge (LUSA)

Ana Jorge dá ideias de como cortar sem prejudicar os doentes

A ministra da Saúde reiterou a necessidade de conter os gastos em saúde com uma melhor gestão hospitalar em 2011, mas realçou que esse objectivo «não vai pôr em causa a qualidade e o tratamento dos doentes».

Ana Jorge salientou, durante a sessão comemorativa do 56.º aniversário do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que «defender a sustentabilidade de todo o sistema público de saúde não é sinónimo de querer negar ou cortar cuidados a quem precisa».

Em declarações aos jornalistas após a iniciativa, a ministra da Saúde lembrou que tal como é pedido a todos os portugueses, «também na área da saúde tem de haver uma contenção de custos».

«A saúde não é excepção», frisou Ana Jorge, explicando que foi por isso que aos hospitais-EPE (empresas participadas pelo Estado) foram dadas orientações para reduzir os seus custos operacionais em 15 por cento.

Um objectivo que, segundo a governante, pode ser alcançado através de uma «melhor escolha e negociação das compras», ou cortando, por exemplo, nos medicamentos a adquirir.

«Há sempre a possibilidade de fazer uma gestão diferente que permita levar a uma redução dos custos em determinadas áreas, sem pôr em causa a qualidade e os tratamentos», defendeu.

De acordo com Ana Jorge, as orientações de contenção dadas aos hospitais-empresa «têm um horizonte de 15 por cento como regra geral», mas os objectivos «serão discutidos de hospital a hospital».

Ana Jorge lembrou, por outro lado, que garantir a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde implica, também, uma «grande responsabilidade por parte dos profissionais de saúde».

A governante salientou que as decisões terapêuticas, em especial na área oncológica, têm de ser tomadas «exclusivamente no interesse do doente» e que os profissionais têm de ser «capazes de ponderar a relação custo-benefício».

«Gerir bem a decisão de prescrição terapêutica não é um processo baseado em critérios economicistas. Este é um processo de decisão centrado no doente e que bem norteado é um factor determinante para uma gestão financeira saudável do nosso sistema público», sublinhou.
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