Unidose parada por falta de adesão das farmácias - TVI

Unidose parada por falta de adesão das farmácias

Ana Jorge

Ministra diz que «complexidade» do processo desmotivou farmacêuticos

A ministra da Saúde, Ana Jorge, reconheceu que não foi possível iniciar a venda de medicamentos em unidose por falta de adesão das farmácias. «Não houve adesão [das farmácias] e por isso não conseguimos implementá-la», disse Ana Jorge em entrevista à agência Lusa.

Desde o dia 01 de Julho que todas as farmácias do país podem aderir à venda em unidose. Para isso, precisavam apenas de comunicar à autoridade nacional do medicamento (Infarmed) a sua adesão.

Mas, segundo Ana Jorge, «as farmácias não aderiram», situação que atribui à «complexidade» do processo.

A farmacovigilância «é um processo complexo que implica que as farmácias, para disponibilizarem a unidose, teriam de fazer um grande investimento e eu penso que foi essa razão para não terem aderido», justificou.

A ministra da Saúde adiantou que «não sabe» se a dispensa de medicamentos em quantidade individualizada «teria um grande contributo financeiro» para o sistema de saúde, mas disse que tem vantagens, como evitar o desperdício, e alguns riscos, nomeadamente intoxicações e a toma indevida de remédios.

Para Ana Jorge, o que tem de haver «obrigatoriamente» é a «disponibilidade nas farmácias de embalagens pequenas» para o tratamento da doença aguda de forma a evitar o desperdício.

Contactada pela Lusa, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) informou que, até ao momento, registou dois pedidos para a dispensa de medicamentos em quantidade individualizada.

O Infarmed realizou uma primeira inspecção às duas farmácias hospitalares que solicitaram a adesão à unidades e identificou «necessidades de melhoria nas condições necessárias para a implementação deste tipo de dispensa, tendo em vista a protecção da saúde pública».

«Assim que considerem resolvidas as melhorias identificadas, compete às farmácias requerentes solicitar nova inspecção ao Infarmed de modo a concretizar o processo de autorização da dispensa de medicamentos em quantidade individualizada», adiantou o organismo à Lusa.
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